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Esta estrela binária poderá dar origem a três novos sistemas planetários

Por| Editado por Patricia Gnipper | 14 de Março de 2022 às 21h20

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ESO/L. Calçada
ESO/L. Calçada

O material primordial que, talvez, dê origem a três sistemas planetários, foi identificado pela primeira vez com detalhes sem precedentes ao redor de uma estrela binária. A descoberta foi realizada por uma equipe internacional de pesquisadores, que, após três décadas de estudos, observou que as estrelas do sistema SVS 13, a 980 anos-luz, estão cercadas por discos de gás e poeira, capazes de formar novos planetas.

A equipe trabalhou com 30 anos de observações da estrela em sua fase embrionária, realizadas pelos telescópios Very Large Array (VLA) e Atacama Large Millimeter/Submillimeter Array (ALMA). Formada por um par de estrelas que, juntas, somam massa quase equivalente à do Sol, a estrela SVS 13 é uma estrela binária (ou seja, com duas delas que orbitam um centro comum) relativamente próxima de nós, na nuvem molecular de Perseus.

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As estrelas do sistema estão bastante próximas uma da outra, e essa proximidade permitiu que a equipe investigasse a composição de gás, poeira e matéria ionizada presentes ali. Geralmente, os modelos de formação planetária trabalham com estrelas parecidas com o Sol e sugerem que novos mundos são formados através do lento acúmulo de partículas de poeira e gelo nos discos protoplanetários ao redor das estrelas.

Entretanto, a maioria das estrelas dá origem a sistemas binários, e ainda não se sabe bem como novos planetas são formados ao redor de sistemas assim — principalmente porque, neles, a interação gravitacional entre as estrelas tem papel importante. “Nossos resultados revelaram que cada estrela tem um disco de gás e poeira ao redor e que, além disso, um disco maior está se formando ao redor de ambas”, disse Ana Karla Díaz-Rodríguez, autora principal do estudo.

Os futuros sistemas planetários

Os autores notaram que o disco mais externo, com estrutura espiral, está alimentando os individuais com matéria, o que permite que sistemas planetários sejam formados no futuro.

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“Essa é uma evidência clara da presença dos discos ao redor das duas estrelas, e a existência um disco comum em um sistema binário”, observou. Além disso, eles descobriram quase 30 moléculas diferentes e 13 moléculas orgânicas complexas precursoras da vida, sendo que sete delas foram identificadas no sistema pela primeira vez.

Portanto, a equipe concluiu que, quando planetas começarem a se formar ao redor desses dois ‘sóis’, os blocos construtores da vida estarão por lá. “Nós criamos alguns experimentos para conseguir mais detalhes e descobrir se alguma das estrelas poderia formar planetas”, destacou Guillem Anglada, pesquisador que está coordenando os estudos da SVS 13. “Agora vimos que ambas são muito jovens, e as duas podem formar planetas”, completou.

O artigo com os resultados do estudo foi aceito para publicação na revista The Astrophysical Journal e pode ser acessado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv; Via: University of Manchester, Science Alert