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Esses três objetos podem ser estrelas "impostoras" em vez de exoplanetas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 18 de Março de 2022 às 08h04

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ESA
ESA

Entre três e quatro exoplanetas descobertos pelo telescópio espacial Kepler, da NASA, podem ser, na verdade, estrelas classificadas equivocadamente. A descoberta veio de astrônomos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), que trabalharam com medidas atualizadas de estrelas com planetas para, assim, verificar novamente o tamanho dos mundos que as orbitam. Como resultado, eles concluíram que os objetos Kepler-854b, Kepler-840b e Kepler-699b são grandes demais para serem planetas, e que talvez sejam estrelas pequenas.

Originalmente, os autores não planejavam encontrar os “impostores”, mas sim sistemas com sinais de distorções das marés gravitacionais. “Se você tem dois objetos próximos, a atração gravitacional de um fará com que o outro fique elipsoidal, em forma de ovo, o que te dá uma ideia do quão massiva aquela companhia é”, explicou Prajwal Niraula, autor principal do estudo. Assim, é possível determinar se o sistema tem somente estrelas ou se também há planetas nele.

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No estudo, a equipe realizou novas verificações do tamanho através de medidas atualizadas de estrelas que têm planetas em suas órbitas, e confirmaram que o exoplaneta Kepler-854b era um “falso positivo planetário”. Depois, eles se perguntaram se poderiam haver mais "impostores" e se debruçaram sobre o catálogo de descobertas do Kepler, com mais de 2 mil mundos que orbitam outras estrelas.

Através das estimativas mais recentes e precisas das propriedades estelares, descobriram que Kepler-854b, Kepler-840b e Kepler-699b têm entre duas e quatro vezes o tamanho de Júpiter. “A maioria dos exoplanetas é do tamanho de Júpiter ou muito menor”, observou Niraula. Por isso, objetos que têm o dobro do tamanho do gigante gasoso levantaram suspeitas na equipe. “Se for maior que isso, não pode ser um planeta, que é o que descobrimos”, disse ele.

Já Kepler-747b é um exoplaneta com cerca de 1,8 vezes o tamanho de Júpiter, dimensão comparável àquela dos maiores exoplanetas já encontrados; contudo, ele está relativamente longe de sua estrela e a luz que recebe é baixa demais para sustentar um planeta. Portanto, Kepler-747b segue como um objeto com status planetário “suspeito”, mas não totalmente impossível.

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Avi Shporer, pesquisador no Kavli Institute for Astrophysics and Space Research, acredita que o estudo torna a lista atual de planetas mais completa. “As pessoas dependem dessa lista para estudar a população de planetas como um todo”, disse. “Então, se você usa uma amostra com alguns 'intrusos', seus resultados podem não ser precisos. Por isso, é importante que a lista não esteja contaminada”.

Além disso, a equipe acredita que, futuramente, não devem acontecer muitas outras correções do tipo nos catálogos dos exoplanetas. “Essa foi uma pequena correção vinda de um melhor entendimento das estrelas, que só melhora com o tempo”, explicou Shporer. “As chances do raio de uma estrela estar tão incorreto são muito menores, e essas classificações equivocadas não devem acontecer muitas vezes mais”.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astronomical Journal.

Fonte: The Astronomical Journal; Via: MIT