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ESA trabalha em dispositivo para extrair oxigênio do solo da Lua e de Marte

Por| Editado por Patricia Gnipper | 04 de Março de 2022 às 15h12

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NASA/JPL-Caltech/MSSS
NASA/JPL-Caltech/MSSS

Um dispositivo capaz de detectar espécies reativas de oxigênio em Marte ou na Lua ajudará a proteger os astronautas desse material altamente oxidante e nocivo à saúde. A tecnologia, proposta por uma equipe da Universidade de Patras, também terá a função de coletar oxigênio do solo para abastecer a tripulação.

Quando as sondas Viking alcançaram o solo de Marte em 1976, a missão realizou um experimento que consistia em aplicar um líquido de micronutrientes em uma amostra de solo do planeta. O resultado foi uma grande quantidade de oxigênio liberada pela reação.

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À época, alguns cientistas interpretaram essa reação como uma evidência de vida microbiana no planeta. Pelo menos até a amostra ser esterilizada a uma temperatura de 160 °C e, ainda assim, continuar a produzir oxigênio.

Hoje os cientistas sabem que não passou de uma reação química abiótica. “A produção de oxigênio foi causada por uma espécie reativa de oxigênio reagindo com a água no líquido nutriente”, explicou o professor Christos Georgiou, da Universidade de Patras.

Identificar tais espécies reativas de oxigênio é importante porque o composto será uma ameça não apenas à saúde humana, mas também para os assentamentos e plantações estabelecidos em Marte. Além disso, esse tipo de oxigênio pode apagar qualquer biofóssil da superfície.

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Essas espécies podem surgir de sais metálicos de superóxidos, peróxidos ou percloratos. Este último foi detectado pela sonda Mars Phoenix, da NASA, no Ártico marciano em 2008.

Mapeando e extraindo oxigênio

A equipe da Universidade de Patras realizou alguns experimentos de solo para entender a reação dessas espécies de oxigênio nos desertos de Mojava e do Atacama, parecidos com Marte, além de sais de perclorato expostos à constante radiação.

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Georgiou explicou que as espécies reativas de oxigênio são criadas pela intensa irradiação ultravioleta da própria superfície. “Especialmente de minerais fraturados por temperaturas extremas e micrometeoritos", acrescentou. O resultado é uma superfície com muitas ligações químicas livres.

As equipes de Georgiou e de outras universidades perceberam que o experimento realizado pela Viking seria um modelo para detectar o oxigênio reativo. Através do programa Open Space Innovation Platform, da Agência Espacial Europeia (ESA), eles têm avaliado o desenvolvimento da tecnologia.

O projeto também incluirá um dispositivo reator de grande escala para extrair periodicamente oxigênio do solo marciano. “Uma área de 1,2 hectare produziria oxigênio suficiente para manter um único astronauta vivo”, disse Malgorzata Holynska, engenheiro de materiais e processos da ESA.

Os pesquisadores planejam solicitar à NASA meteoritos lunares e marcianos para testar o equipamento.

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Fonte: Via ESA