Encontradas 200 novas galáxias na primeira imagem do James Webb
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper |
Um novo estudo revelou a distância de quase 200 galáxias e aglomerados de galáxias formados no universo primitivo. Para isso, eles usaram a primeira imagem de campo profundo do telescópio James Webb, que exibe milhares de galáxias.
- James Webb mostra como galáxias criaram estrelas no universo primitivo
- James Webb observa estrelas nascendo em galáxia a 15 milhões de anos-luz
Em 2022, a primeira imagem colorida do James Webb foi revelada ao público, e ainda hoje é usada pelos astrônomos para descrever o universo primitivo em detalhes. A foto é de uma região cósmica conhecida como SMACS 0723, um aglomerado de galáxias na constelação sul de Volans, o Peixe Voador, localizado a 4,6 bilhões de anos-luz de distância.
O que faz dessa imagem uma ferramenta incrível para investigar o passado é que o aglomerado SMACS 0723 forma uma lente gravitacional, ampliando muitas vezes a luz de galáxias muito mais distantes. Uma vez que o aglomerado e essas galáxias afastadas estão alinhados com a Terra, o telescópio pode encontrar objetos que, de outro modo, seriam indetectáveis.
Muitas galáxias dessa imagem já foram analisadas e descritas por estudos científicos, mas ainda falta uma boa quantidade delas aguardando medições, talvez com características surpreendentes. É aí onde entra a nova pesquisa: além das 200 novas galáxias encontradas, os autores também descobriram três objetos com densidades acima do normal.
Isso significa que a imagem de SMACS 0723 também inclui três aglomerados de galáxias, a cerca de oito a 10 bilhões de anos-luz de distância da Terra. Em uma dessas áreas, está Sparkler, considerada clone da Via Láctea, que pode abrigar os primeiros aglomerados de estrelas do universo.
Se houver outros dois aglomerados de galáxias nas mesmas distâncias nessa imagem, é possível que existam outras galáxias como Sparkler. Isso teria “implicações importantes sobre como os primeiros aglomerados estelares se formaram após o Big Bang", disse o co-autor do estudo Marcin Sawicki, da Universidade Saint Mary, Canadá.
O estudo foi publicado na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, e os autores vão participar de novas observações de campo profundo no ciclo 2 do James Webb, buscando por outros aglomerados de galáxias no início do universo.