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Em operação complexa, sonda indiana pousará no polo sul da Lua nesta sexta (6)

Por| 05 de Setembro de 2019 às 21h50

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ISRO
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A missão Chandrayaan-2, lançada pela agência espacial indiana no dia 22 de Julho, fará o aguardado pouso na Lua nesta sexta-feira (6), entre as 16h e 17h (horário de Brasília). Se tudo der certo, o país entrará para a história da exploração espacial por ser o primeiro a levar um rover ao polo sul lunar. E não é só isso: o local tem potencial para se tornar um dos mais importantes na pesquisa sobre nosso satélite natural.

Para ser mais específico, o local de pouso será um planalto que se eleva entre duas crateras, chamadas Manzinus C e Simpelius N, a cerca de 600 quilômetros do polo sul. A Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO), que supervisiona a missão, também possui um local “reserva” para o pouso. À medida em que desce rumo à superfície, a nave deverá pairar sobre o solo lunar antes de pousar, à procura do local designado, até ter certeza de que o encontrou.

Para superar o atraso na comunicação, comum nas transmissões entre naves espaciais e controles terrestres, os cientistas programaram o lander para que consiga pousar em modo autônomo, sem precisar de operadores humanos na base indiana. Todas as decisões sobre quando e onde pousar serão tomadas pelo próprio lander, que reduzirá sua velocidade de 1,6 km/s para zero dentro de um intervalo de 15 minutos.

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É uma missão arriscada, é. verdade. Patrick Dasgupta, professor do departamento de física e astrofísica da Universidade de Délhi, relata que “simulações e testes suficientes foram feitos, mas ainda há muita incerteza envolvida. Mesmo se houver um pequeno erro de cálculo do sensor, todo o exercício será comprometido. Mesmo se houver uma pequena rocha ou pedra no local de pouso, ela poderá derrubar [o lander]".

Essa é de longe a mais complexa missão da história da ISRO, de acordo com seu ex-presidente, G Madhavan Nair. Mas ele tem total certeza do sucesso da Chandrayaan-2: se a nave superar essas dificuldades e o pouso for tranquilo, o local se tornará o ponto mais ao sul da Lua a ser visitado na história.

Existe uma grande expectativa no país para esse evento. "Há um enorme valor simbólico associado a essa missão", disse Pallava Bagla, co-autor de um livro sobre exploração espacial indiana e editor de ciências do canal de notícias indiano NDTV. “Isso é sobre orgulho nacional”, completa. De fato, a exploração espacial se tornou uma espécie de obsessão na Índia: em algumas cidades do país, há pôsteres da Chandrayaan-2 em outdoors gigantes, o que caracteriza ainda mais esse aspecto de orgulho nacional que a missão proporcionou.

A importância do local de pouso

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Todos os locais de pouso escolhidos pela NASA durante as missões Apollo estão mais próximos do equador da Lua, no lado mais perto de nós, onde é mais fácil e seguro pousar. A missão Chang’e-4, da China, a primeira espaçonave a pousar no lado afastado da Lua, também escolheu um ponto mais próximo do equador.

Isso pode inclusive ter distorcido o entendimento dos cientistas sobre as amostras que os astronautas trouxeram de volta. É que quando uma característica aparece em todas as amostras coletadas, fica difícil dizer se é porque essa característica se repete em toda a superfície lunar, ou se é simplesmente porque tudo foi coletado de uma mesma região.

Por isso, não podemos dizer com certeza o que existe exatamente no polo sul da Lua. Isso ficou ainda mais evidente quando a Chandrayaan-1, sonda indiana que apenas orbitou o satélite natural, detectou pedaços de água congelada enterrados nas crateras perto do polo sul. A Chandrayaan-2 foi projetada para continuar essa investigação, que poderá nos trazer descobertas importantes.

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Após o pouso, o rover vai trabalhar na exploração por cerca de 14 dias. Depois disso, virá a noite lunar, que pode chegar a -184 graus Celsius e dura cerca de duas semanas. Nessa temperatura, as máquinas robotizadas provavelmente deixarão de funcionar, pois não foram projetadas para sobreviver nessas condições.

Apesar disso, o módulo orbital da missão continuará trabalhando por cerca de um ano, dando voltas na Lua de um polo para o outro, com o objetivo de conhecer um pouco mais essas regiões.

Assista ao vivo

A ISRO programou uma transmissão ao vivo do momento histórico no YouTube, e você pode acompanhar a live pelo vídeo abaixo:

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Fonte: LinveMint, First Post