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É possível criar luz usando apenas a força da gravidade?

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESO/M. Kornmesser
ESO/M. Kornmesser

Condições extremas no universo primitivo podem ter sido tão extremas que a gravidade teria produzido luz. Não existe nenhum mecanismo que possa fazer isso após o fim da inflação cósmica, mas se isso for verdadeiro significa que o universo daquela época era mais exótico do que se pensava.

Na hipótese da inflação cósmica, o universo teve um período de expansão extraordinária em ritmo difícil de imaginar, antes do próprio Big Bang. O fim da inflação foi marcado pelo chamado “reaquecimento” do universo, responsável por possibilitar a formação da matéria, e por ondas gravitacionais.

Ondas gravitacionais são ondulações no espaço-tempo causadas por eventos dramáticos no universo, tais como colisões entre objetos como estrelas de nêutrons e buracos negros. Elas são tão fracas que os cientistas precisam de detectores imensos para encontrá-las — e, ainda assim, detectamos apenas ondas em frequências bem específicas.

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Recentemente, pesquisadores sugeriram que as ondas gravitacionais no final da inflação cósmica teriam sido muito mais fortes que qualquer outra. Tão fortes que a energia contida nelas teriam se convertido em radiação eletromagnética.

Assim, ao contrário do que é observado hoje, as ondas após a inflação poderiam criar padrões em que não viajavam, mas ficaram paradas no mesmo lugar, em todo o cosmos. Nos pontos onde elas eram mais fortes, haveria uma quantidade excepcionalmente maior de energia gravitacional.

Se essa hipótese estiver correta, o campo eletromagnético foi excitado o suficiente pelas regiões de intensa gravidade, com parte dessa energia gravitacional sendo liberada na forma de radiação eletromagnética. Em outras palavras, fótons foram criados “do nada”, apenas com a força de uma gravidade extrema no universo primitivo.

Claro, isso é muito especulativo e os físicos teóricos terão muito trabalho se quiserem comprovar uma ideia como essa, mas a recompensa pode ser grande: uma descoberta que mudaria consideravelmente o que sabemos sobre o início do universo.

Fonte: ScienceDirect; Universe Today

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