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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (22/01 a 28/01/2022)

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Janeiro de 2022 às 11h00

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J. Mtanous/Cassini Imaging Team, SSI, JPL, ESA, NASA/M.Cogo
J. Mtanous/Cassini Imaging Team, SSI, JPL, ESA, NASA/M.Cogo
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Se você é curioso não apenas sobre nossa Lua, mas também sobre os satélites naturais de outros planetas, vai ficar maravilhado com os destaques da NASA desta semana.

É que, desta vez, a agência espacial reuniu diferentes cliques destes objetos. Você vai conferir cliques que mostram a Lua acompanhada pelas cores do entardecer e até uma foto de uma região do nosso satélite natural que dificilmente é vista da Terra. Outro registro mostra a lua Tétis, de Saturno, de pertinho, junto de luzes e sombras no planeta.

Claro que o site APOD (Astronomy Picture of the Day) não se restringiu apenas às luas, e trouxe também outros objetos. Aproveite para conferir as belas cores de diferentes nebulosas espalhadas pelo espaço e um vídeo de um visitante que já está nos deixando — caso você não tenha conseguido observar o cometa Leonard, este é o momento de ver um vídeo dele, viajando em direção oposta à da câmera.

Sábado (22) — Lua cheia no entardecer

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O entardecer registrado neste dia, na cidade italiana de Cagliari, foi diferente. A Lua se destaca com seu brilho, típico da fase cheia, em que a face lunar voltada para a Terra fica completamente iluminada pela luz solar e se parece com um grande círculo brilhante no céu.

Uma curiosidade interessante é que a Lua cheia recebe “apelidos” em algumas regiões, que variam de acordo com a cultura em questão — na China, por exemplo, a Lua cheia de maio é chamada “Lua do Dragão”.

Além do brilho do nosso satélite natural, o clique registrou também vários pássaros voando juntos — tanto que a formação do grupo de aves parece até lembrar algo familiar, talvez parecido com uma figura dançando. Na verdade, esta aparente figura nada mais é do que fruto da pareidolia, o reconhecimento que nosso cérebro faz de algum padrão familiar em algo que, no fim das contas, é aleatória.

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É graças à pareidolia que algumas pessoas enxergam ilusões visuais variadas . Por exemplo, há quem veja aparentes rostos em objetos como tomadas, ou identifica uma face humana em imagens de rochas. No caso desta foto, a pareidolia confere um ar divertido à “figura” formada pelos pássaros.

Domingo (23) — Tétis pelos “olhos” da sonda Cassini

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Aqui, temos Saturno e Tétis, um de seus mais de 80 satélites naturais. Tétis é uma lua com diâmetro de aproximadamente 1.000 km e sua superfície é bastante brilhante — tanto que ela é considerada a segunda lua mais brilhante de Saturno. A primeira é Encélado, satélite natural com cerca de 500 km de diâmetro, conhecida por sua superfície coberta por uma camada de gelo.

Ela orbita Saturno a cerca de 300 mil quilômetros de distância, de modo que está fora dos anéis principais mais brilhantes do planeta. Um aspecto interessante sobre esta lua é que Tétis é um dos cinco grandes satélites naturais de Saturno que está dentro da borda do anel E. Este é um anel que vai de 120 mil km a 420 mil km acima do equador de Saturno e, diferentemente dos demais, sua forma não é achatada.

O registro foi feito pela sonda Cassini, lançada em 1997 com destino a Saturno. Ela chegou ao planeta após sete anos de viagem e completou sua missão primária em 2008, dando início a sobrevoos de Titã, Encélado, entre outras luas. Esta imagem foi feita na luz visível verde, quando a Cassini estava a aproximadamente 1,4 milhão de quilômetros do planeta.

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Segunda-feira (24) — Nebulosa da Cabeça da Bruxa

A forma colorida do lado esquerdo desta foto é a nebulosa IC 2118 — ou, se preferir, pode chamá-la pelo apelido popular “Nebulosa Cabeça da Bruxa”. Ela fica em direção à constelação de Órion, a cerca de 900 anos-luz da Terra e é considerada uma nebulosa de reflexão, ou seja, reflete a luz de alguma estrela presente nos arredores. No caso da IC 2118, a estrela em questão é Rigel.

Localizada a cerca de 800 anos-luz de nós, Rigel é a estrela brilhante que aparece à direita na imagem, cuja luminosidade pode ser mais de 360 mil vezes maior que a do Sol. Ela já consumiu o hidrogênio presente em seu núcleo, de modo que se expandiu e se resfriou para se tornar uma estrela supergigante. O esperado é que ela encerre sua vida explodindo em uma supernova, deixando um buraco negro ou uma estrela de nêutrons para trás.

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Enquanto isso não acontece, o brilho intenso de Rigel ajuda a iluminar a nebulosa e a poeira ao redor dela. Os tons azulados que vemos na imagem vêm de um processo parecido com aquele por trás do azul do céu na Terra: os grãos de poeira da nebulosa dispersam a luz azul com mais eficiência que a vermelha, conferindo o brilho azulado.

Terça-feira (25) — Cometa Leonard

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Se você observar a trajetória do cometa Leonard, que aparece no vídeo acima, pode até pensar que ele está viajando em direção ao canto inferior direito do enquadramento do vídeo. Na verdade, ao realizar uma análise tridimensional do Leonard, fica mais claro que ele estava seguindo em uma direção oposta à da câmera, se afastando da nossa perspectiva do vídeo.

Pensando nesta perspectiva, a cauda dele está na direção da câmera, e aparece como o brilho amarelado próximo da cabeça do cometa. Já a cauda azulada é formada por íons expelidos pelas interações com o vento solar, que acompanham as linhas do campo magnético da nossa estrela. Essa ejeção dos íons ocorre à velocidade aproximada de 500 km/s.

O cometa Leonard fez sua maior aproximação do Sol no início de janeiro, ficando a 90 milhões de quilômetros do astro — para comparação, a Terra orbita o Sol à distância de 150 milhões de quilômetros. Agora, ele está seguindo viagem para fora do Sistema Solar, avançando em uma trajetória que o levará para o espaço interestelar.

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Quarta-feira (26) — Estrelas e poeira em Antares

A belíssima mistura de cores na imagem acima, em meio ao brilho das estrelas Antares e Rho Ophiuchi, vem de diferentes processos. Um deles é a poeira fina iluminada pela luz da estrela à frente, formando uma nebulosa de reflexão azulada. As partículas das nebulosas deste tipo, formadas por elementos como carbono e ferro, dispersam a luz de estrelas próximas.

Já as regiões avermelhadas sinalizam nebulosas de emissão, que contêm gases ionizados que emitem luz em vários comprimentos de onda. Geralmente, a fonte mais comum de ionização são os fótons de luz ultravioleta, emitidos por alguma estrela de altíssima temperatura por perto. No fundo, há algumas nuvens de poeira escuras, que bloqueiam a luz estelar e ficam com aparência escura.

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Além das cores das nebulosas, temos a estrela Antares, uma supergigante vermelha considerada uma das estrelas mais brilhantes no céu noturno — é ela que está “iluminando” as nuvens avermelhadas no canto inferior direito da imagem. Já o sistema estelar Rho Ophiuchi está no centro da nebulosa de reflexão, no canto interior esquerdo. Por fim, o aglomerado globular M4 aparece acima de Antares, do lado direito.

Quinta-feira (27) — Nebulosa de reflexão

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Se você observar a direção sul da Nebulosa de Órion, uma grande região de formação estelar, encontrará a nebulosa NGC 1999, localizada a cerca de 1.500 anos-luz de nós. Trata-se de uma nebulosa de reflexão brilhante, que reflete a luz da estrela V380 Orionis, um sistema estelar múltiplo de idade estimada entre 1 e 3 milhões de anos.

Para encontrar a nebulosa na imagem, procure uma área escura com forma que lembra a da letra “T”, no canto inferior direito. Esta área já foi considerada a silhueta de uma nuvem escura de poeira, mas dados da luz infravermelha sugerem outra explicação: é mais provável que esta região seja, na verdade, uma espécie de cavidade esculpida no interior da nebulosa, pela ação energética de estrelas jovens.

Não é tão difícil que as estrelas tenham formado esta abertura, já que há várias delas na região, produzindo jatos estelares que viajam a centenas de quilômetros por segundo. Duas delas, catalogadas como “objetos Herbig-Haro”, aparecem bem abaixo da NGC 1999. Já no canto superior direito da foto está a Nebulosa da Cachoeira.

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Sexta-feira (28) — Um "mar" na Lua

A formação escura, presente mais ao fundo desta foto, é Mare Orientale, considerada uma das regiões mais curiosas da Lua e que dificilmente pode ser vista da nossa perspectiva na Terra. A boa notícia é que, às vezes, é possível observar um pouquinho desta e de outras regiões lunares graças à libração, ou seja, uma inclinação mais favorável à nossa visão no lado lunar próximo de nós.

Graças ao seu grande tamanho e boa conservação, esta região é um excelente exemplo de “bacia de múltiplos anéis”. Quando as crateras de impacto têm mais de 300 km de diâmetro, elas são chamadas “bacias” — e, devido às grandes dimensões, é comum que elas sejam formadas por estruturas complexas, acompanhadas de anéis concêntricos.

Assim, Mare Orientale é uma bacia com aproximadamente 930 km de extensão, com três anéis bem definidos em seu interior. Apesar de amostras desta região não terem sido coletadas durante as missões do programa Apollo, Mare Orientale é considerada uma das bacias de impacto mais recentes da Lua e pode até ser mais jovem que a bacia Imbrium, com idade estimada de 3,85 bilhões de anos.

Fonte: APOD