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Destaques da NASA: fotos astronômicas da semana (21/05 a 27/05/2022)

Por| Editado por Rafael Rigues | 28 de Maio de 2022 às 11h00

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Hubble/M.Hakan Özsaraç/D. Waid, R. Dilulio/A. Ionut Dascalu
Hubble/M.Hakan Özsaraç/D. Waid, R. Dilulio/A. Ionut Dascalu

O compilado de imagens selecionadas pela NASA na última semana está bem variado: os entusiastas do céu noturno vão encontrar fotos de uma nebulosa planetária distante, uma lua de Saturno e até uma animação, que mostra uma onda de choque no Sol tão grande que foi até comparada com um tsunami. Você poderá também dar uma "espiadinha" nas estrelas que serão formadas na galáxia Andrômeda, em alguns milhões de anos.

Há, ainda, uma foto belíssima da Lua avermelhada durante o eclipse lunar total recente — mas, aqui, nosso satélite natural foi fotografado junto de um meteoro que, por sorte, brilhou no céu bem na hora do clique. Aliás, já imaginou uma galáxia que, quando vista da lateral, parece ser fina como uma agulha? Pois é, você poderá ver uma foto de uma galáxia do tipo aqui.

Confira:

Sábado (21) — A nebulosa planetária Abell 7

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Esta é a nebulosa planetária Abell 7, localizada a quase 1.800 anos-luz de nós em direção à constelação Lepus, a Lebre. Com formato esférico e brilho difuso, Abell 7 tem aproximadamente 8 anos-luz de diâmetro e guarda em seu interior alguns detalhes interessantes, que se destacam quando são observados por instrumentos equipados com filtros de banda estreita.

Entre eles, estão as emissões avermelhadas vindas do hidrogênio gasoso, enquanto os tons de azul e verde vêm das emissões de oxigênio. Juntas, estas cores conferem a Abell 77 uma aparência colorida e fascinante, que dificilmente poderia ser observada a olho nu por ser difusa demais.

As nebulosas planetárias são regiões de gás e poeira vindos das camadas expelidas por estrelas que chegaram ao fim de suas vidas; portanto, apesar do que o nome parece indicar, elas não têm relação alguma com planetas. A "confusão" da nomenclatura tem suas raízes no passado: há 250 anos, os astrônomos observaram estes objetos com telescópios menores potentes, e consideraram que as cores deles pertenciam a planetas gasosos.

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Domingo (22) — Um “tsunami” no Sol

Em dezembro de 2006, o protótipo de um novo telescópio de monitoramento do Sol flagrou um fenômeno intenso ocorrendo em nossa estrela: naquele dia, ocorreu uma grande explosão solar seguida de uma onda de choque. A onda, conhecida como “onda de Moreton”, destruiu ou comprimiu dois filamentos de gás frio localizados em lados opostos do hemisfério solar onde o fenômeno aconteceu.

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Na animação, vemos uma grande área brilhante cercando uma mancha solar, com tamanho parecido com o da Terra; ali, havia gás extremamente quente, sinalizando chances altas de uma explosão. A explosão também tinha um pequeno componente branco no canto de uma mancha solar, que brilhou quase 100 vezes mais que o esperado por alguns minutos. Perceba também que a onda de choque se espalhou em uma grande oscilação, como acontece quando você joga uma pedra em um lago.

Estas explosões e ondas não costumam ser frequentes, mas quando acontecem, são extremamente poderosas: elas podem se propagar por todo o Sol em questão de minutos e, conforme se movem, vão varrendo qualquer filamento que encontrarem no caminho. O evento ocorreu durante o mínimo solar, o que permitiu que seus efeitos pudessem ser estudados em diferentes comprimentos de onda (como os raios-X, por exemplo).

Segunda-feira (23) — Futuro da galáxia Andrômeda

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Esta é a galáxia Andrômeda representada de um jeito diferente: a área em amarelo mostra dados da luz infravermelha coletados pelo telescópio espacial Spitzer. Com eles, vemos onde novas estrelas vão se formar em um futuro não muito distante, talvez ao longo dos próximos 100 milhões de anos. Já as estrelas atuais aparecem em observações da luz visível, realizadas pelos telescópios Hubble, Subaru e Mayall.

Os dados da luz infravermelha nos mostram algumas características da galáxia, como grandes caminhos de poeira aquecidos pelas estrelas presentes nos braços espirais de Andrômeda. Esta poeira é um vestígio do gás interestelar da galáxia que, no futuro, servirá como matéria-prima para a formação de estrelas.

É provável que estas futuras estrelas nasçam bem antes da colisão que aguarda a Via Láctea e Andrômeda. Previsto para acontecer em cerca de 4 bilhões de anos, o encontro não deverá afetar as estrelas de nenhuma das duas galáxias, já que elas estão tão distantes entre si que não vão colidir umas com outras. Por outro lado, a fusão deverá fazer com que elas iniciem novas órbitas ao redor do centro galáctico.

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Terça-feira (24) — Meteoro e eclipse

O plano inicial do astrofotógrafo que fez esta foto era capturar uma bela região do céu noturno, acompanhada pela Lua avermelhada durante o eclipse lunar total recente; só que, se você observar o meio da foto, verá que nosso satélite natural não estava sozinho. Ali, está o brilho esverdeado deixado por um meteoro que brilhou rapidamente no céu de La Palma, nas Ilhas Canárias.

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No fundo da imagem, vemos um pouco da faixa central da Via Láctea brilhando no lado esquerdo, junto das nuvens coloridas de Rho Ophiuchi, região considerada uma das “queridinhas” dos astrofotógrafos. É que, além das nebulosas de gás e poeira presentes ali, Rho Ophiuchi é também uma das regiões de formação estelar mais próximas de nós na Via Láctea, e é grande o suficiente para ser fotografada sem a necessidade de telescópios.

Por fim, caso você não tenha conseguido acompanhar o eclipse lunar total, não se preocupe. O fenômeno acontecerá novamente em novembro. Mas a má notícia é que, no Brasil, veremos somente a fase penumbral do eclipse em parte do território nacional; nesta etapa, a Lua fica parcialmente escura, enquanto mergulha na penumbra, a parte mais externa da sombra projetada pela Terra. Mesmo assim, vale acompanhar.

Quarta-feira (25) — Nebulosa da Laguna

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Aqui vemos um pouco do coração da Nebulosa da Laguna, um grande berçário estelar localizado a aproximadamente 4 mil anos-luz de nós. Em direção ao centro da imagem, há algumas longas nuvens com forma de funil; elas foram formadas pela ação de ventos estelares intensos e luz extremamente energética de estrelas próximas, e medem cerca de meio ano-luz.

A região está iluminada pelo brilho de Herschel 36, uma estrela 32 vezes mais massiva que o Sol. Herschel 36 tem brilho 200 mil vezes maior que o da nossa estrela, e toda essa energia se deve à idade dela: ela tem apenas 1 milhão de anos (ou seja, é bastante jovem para os padrões estelares), e está bastante ativa.

Nas demais partes da foto há paredes espessas de poeira que ocultam outras estrelas jovens e quentes, e conferem brilho avermelhado a elas. Conforme a energia destas estrelas atinge os gases e poeira próximos, as grandes diferenças de temperatura das regiões acabam gerando ventos fortes, que ajudam a esculpir as estruturas em forma de funil que você viu aqui.

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Quinta-feira (26) — Galáxia "de ladinho"

Quando o assunto são galáxias espirais observadas na lateral, é comum que a NGC 4565 seja uma das primeiras que venham em mente. Observada pela primeira vez em 1785 por Sir William Herschel, astrônomo que descobriu o planeta Urano, esta galáxia fica a cerca de 30 milhões de anos-luz na constelação Coma Berenices (ou "Cabeleira de Berenice").

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Como está relativamente próxima de nós, é mais luminosa que Andrômeda e tem dimensões relativamente grandes. Com tamanho cerca de 30% maior que o da Via Láctea, a NGC 4565 pode ser facilmente observada através de pequenos telescópios, o que a torna um dos objetos favoritos dos entusiastas do céu.

A NGC 4565 tem pelo menos duas galáxias-satélite, e conta com uma população de aproximadamente 240 aglomerados estelares globulares, formados por estrelas agrupadas em formato esférico. Devido à sua aparência na nossa perspectiva de observação, a NGC 4565 também é conhecida como “Galáxia da Agulha”.

Sexta-feira (27) — Titã e Saturno

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Em maio de 2012, a sonda Cassini, da missão Cassini-Huygens, voltou suas câmeras para Titã, a maior lua de Saturno. Com mais de 5 mil km de diâmetro, Titã é considerada a segunda maior lua do Sistema Solar — a primeira é Ganimedes, lua de Júpiter que “ganha” de Titã por ser apenas 2% maior. Outra curiosidade interessante é que Titã é a única lua do nosso sistema solar com uma atmosfera densa, sendo também o único mundo além da Terra com massas líquidas em sua superfície, como rios e lagos.

Ainda não conhecemos completamente a estrutura interna de Titã, mas um modelo desenvolvido com base em dados da Cassini-Huygens sugere que a lua tem cinco camadas primárias, sendo que a mais interna delas é um núcleo rochoso com diâmetro de 4 mil km. Este núcleo está cercado por uma camada de água congelada em um estado único, encontrado somente em lugares com pressão extremamente alta.

A imagem que você viu aqui é um mosaico produzido a partir de uma série de fotos feitas pela sonda Cassini. Durante os registros, a câmera estava voltada para a região conhecida como Shangri-La, onde a sonda Huygens pousou em 2005, se tornando o primeiro objeto artificial que pousou em um mundo do Sistema Solar externo. Aqui, a lua aparece à frente de Saturno e seus anéis, visíveis ao fundo.

Fonte: APOD