Destaque da NASA: simulação de buraco negro é foto astronômica do dia

Já imaginou como seria ver de pertinho a distorção causada por um buraco negro? Uma forma de descobrir é conferindo o vídeo destacado pela NASA nesta quarta (8), que mostra um buraco negro cercado por seu disco de acreção. 

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O disco é feito da matéria seguindo ao buraco negro, que foi agrupada nesta estrutura fina e quente. Na simulação em questão, o disco é brilhante e alaranjado, e mostra alguns efeitos interessantes causados pela gravidade do buraco negro.

A animação começa mostrando o objeto como se o observador estivesse acima do plano do disco de acreção. Você vai perceber que há um anel fino no interior do disco, indicando onde está o horizonte de eventos dele. 

Depois, o vídeo mostra o buraco negro como se o observador estivesse vendo-o de cima para baixo. A gravidade do buraco negro é tão extrema que distorce a luz emitida pelas diferentes regiões do disco, mudando sua aparência.

Perceba que, quando é visto de lado, o disco parece brilhar mais na esquerda do que na direita. Isso acontece porque o gás brilhante no lado esquerdo está se movendo tão rapidamente na direção da câmera que os efeitos relativísticos o deixam mais brilhante.

Já no lado direito, o processo é contrário: o gás se afastando do observador fica um pouco mais escuro. A assimetria some assim que o disco aparece de frente, pois nesta perspectiva a matéria não acompanha a linha de visão do observador.

Simulações como essa são importantes para os cientistas, pois ajudam na compreensão da distorção do espaço-tempo causada pela gravidade, conforme apontado na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein. 

Anatomia de um buraco negro 

O vídeo mostra algumas estruturas bastante interessantes no buraco negro. A que mais se destaca é o disco de acreção, a principal fonte de luz destes objetos: a matéria capturada por eles se dispõe nestes discos quentes e brilhantes, que giram rapidamente. Aos poucos, a matéria vai da parte externa do disco à interna, até que cai no horizonte de eventos.

Já o horizonte, por sua vez, é considerado a superfície do buraco negro. Este é o grande responsável por estes objetos serem escuros: a partir dali, a velocidade necessária para escapar do buraco negro é maior que a da luz. Como nada pode ser mais rápido que a luz, qualquer partícula azarada que passar pelo horizonte de eventos não pode retornar. 

Nem mesmo a luz escapa dali, o que significa que os buracos negros não emitem e nem a refletem; ao mesmo tempo, nada que acontece no interior do horizonte de eventos pode alcançar um observador externo. Por outro lado, os astrônomos podem observar a luz do disco de acreção para estudar estes objetos.

Fonte: APOD