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Dados da missão Gaia revelam milhares de aglomerados estelares

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Setembro de 2022 às 09h44

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ESA
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Uma equipe de astrônomos liderada por Zhihong He, da Universidade do Oeste, da China, descobriu mais de 1.600 novos aglomerados estelares na Via Láctea. Eles encontraram os aglomerados em meio aos dados da missão Gaia, da Agência Espacial Europeia, que vem criando o maior e mais completo mapa da nossa galáxia.

Os aglomerados estelares são formados por grupos de estrelas gravitacionalmente unidas, e funcionam como grandes laboratórios para os cientistas entenderem tanto a evolução das estrelas quanto dos aglomerados em si. As estimativas apontam que a Via Láctea pode conter mais de 100 mil destes grupos de estrelas, com vários ocultos em regiões repletas de poeira.

A equipe de He encontrou os 1.656 novos aglomerados na região central da Via Láctea, com base na terceira publicação de dados da missão Gaia (EDR3). “Nossa iniciativa foi focada na busca por aglomerados estelares concentrados em posição e movimento no disco galáctico”, escreveram os autores.

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Depois, eles realizaram uma nova análise com base nos dados da EDR3 e conduziram uma busca no plano galáctico a cerca de 3.900 anos-luz, também com base na EDR3. Por fim, a equipe aplicou o DBSCAN, um algoritmo de machine learning bastante usado em buscas de aglomerados estelares.

Como resultado, eles descobriram os novos aglomerados, que parecem ser compostos por mais de 48 mil estrelas. Os dados fotométricos dos novos aglomerados sugerem que têm a aparência convencional dos diagramas de cor-magnitude destes objetos, e seus tamanhos e dispersão de movimento consistem com os aglomerados já identificados.

A maior parte deles tem assinatura fotométrica correspondente à dos aglomerados abertos, o nome dado àqueles com estrelas nascidas de uma única nuvem molecular. Por fim, a equipe descobriu um possível aglomerado globular (um tipo de aglomerado normalmente bem maior que os abertos) a cerca de 12.600 anos-luz de nós, composto por estrelas em etapas mais avançadas do processo evolutivo.

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Os autores concluíram que a maior parte dos aglomerados fica a cerca de 16 mil anos-luz da Terra, são mais antigos que aqueles identificados mais perto e passaram por um grau de extinção significativamente maior que aquele de outros aglomerados próximos. “Como os aglomerados mais antigos e fracos são difíceis de identificar, é razoável acreditar que ainda há muitos aglomerados não descobertos, escondidos da visão da Gaia”, notaram.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório online arXiv, sem revisão de pares.

Fonte: arXiv