Crateras do polo sul da Lua podem armazenar dióxido de carbono congelado
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 13 de Dezembro de 2021 às 19h00
As regiões permanentemente sombreadas da Lua podem armazenar dióxido de carbono (CO2) congelado além da água, segundo novo estudo liderado pela Planetary Science Institute (PSI). O carbono tem diversas aplicações na exploração espacial, como a produção de combustível e biomateriais, coisas imprescindíveis para as futuras missões tripuladas no satélite natural da Terra.
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O cientista planetário Norbert Schorghofer e sua equipe examinaram um total 11 anos de dados do Diviner Lunar Radiometer Experiment da sonda Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO), da NASA. O objetivo era observar como a temperatura nas crateras da Lua mudavam com o passar do tempo.
Por mais sutil que seja para os observadores da Terra, a Lua também possui estações. Ou seja: conforme ela orbita nosso planeta — e, consequentemente, o Sol —, seus polos se inclinam levemente. Durante o ano lunar, estimado em 347 dias, a temperatura varia em determinadas áreas.
De acordo com os dados do LRO, os pesquisadores observaram que, apesar de uma pequena quantidade de CO2 sólido pudesse sublimar durante o verão, na maioria das vezes as crateras lunares mantinham temperaturas frias o bastante para manter o CO2 protegido.
Se realmente existir CO2 sólido nos polos lunares, o estudo estimou que ele poderia ser encontrado em uma área de 200 quilômetros quadrados onde as temperaturas seriam permanentemente baixas — em especial, na
cratera Amundsen, onde as temperaturas giram em torno dos - 192 °C.Armadilhas frias
Essas crateras são chamadas armadilhas frias, mas isto não é a mesma coisa que confirmar a presença de CO2 sólido na Lua. Tais armadilhas são aplicadas a modelos mecânicos para entender como ocorre a condensação do vapor em líquidos ou sólidos.
Segundo os modelos executados pela equipe, o CO2 poderia congelar nas regiões apontadas pelo estudo. Além disso, um dos satélites lunares da NASA detectou vapor de CO2 quando a LCROSS atingiu a superfície da Lua e produziu lançou uma nuvem de impacto.
Mesmo assim, apenas quando alguma sonda ou um astronauta conseguirem explorar a cratera Amundsen será possível confirmar (ou não) o CO2 sólido na Lua. Ainda assim, o novo estudo lança uma luz quanto aos recursos disponíveis por lá.
Fonte: PSI; Via Universe Today