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Construções em Marte podem usar concreto feito de sal, batata e poeira

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Aled Roberts
Aled Roberts

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Manchester, no Reino Unido, criou um material promissor para a construção de habitats em Marte. Chamado “StarCreta”, o composto é feito de uma mistura de poeira extraterrestre simulada, amido de batata e uma pitada de sal, e oferece o dobro da resistência do concreto comum.

Os pesquisadores do projeto demonstraram com sucesso que amido de batata comum pode servir como aglutinante quando é misturado com poeira marciana simulada, formando um material semelhante ao concreto. Durante testes, o StarCrete teve resistência à compressão de 72 Megapascals (MPa), quase o dobro dos 32 MPas do concreto comum.

Este material foi desenvolvido a partir de uma pesquisa anterior desta equipe, na qual eles usaram o sangue e urina dos astronautas como agente aglutinante. Apesar de o material formado ter oferecido 40 Mpa de resistência, acima daquela do concreto comum, o processo tinha a desvantagem de exigir sangue regularmente.

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“Como vamos produzir amido como alimento para os astronautas, faz sentido procurar outro agente aglutinante além do sangue humano”, disse Aled Roberts, pesquisador que liderou o estudo. Os autores calculam que um saco de 25 kg de batatas desidratadas tem amido suficiente para produzir quase meia tonelada de StarCrete, capaz de formar mais de 200 tijolos de construção.

Eles descobriram também que o cloreto de magnésio, um sal presente na superfície de Marte e em lágrimas, pode aumentar de forma significativa a resistência do material. “O StarCrete não precisa de energia e equipamentos de processamento pesado, e assim simplifica a missão e a torna mais barata e viável”, finalizou ele.

O StarCrete pode até ser usado na Terra, representando uma alternativa mais sustentável ao concreto tradicional, Para as próximas etapas do projeto, a equipe quer levar o StarCrete do laboratório a aplicações; para isso, eles abriram a startup DeakinBio, que vem investigando formas de melhorar o StarCrete para usá-lo em assentamentos.

O artigo que descreve o material desenvolvido foi publicado na revista Open Engineering.

Fonte: Open Engineering; Manchester University