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Conheça o satélite SES-17, que conectará usuários na água, na terra e no ar

Por| Editado por Patricia Gnipper | 29 de Outubro de 2021 às 21h30

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Thales Alenia Space/Master Image Programmes
Thales Alenia Space/Master Image Programmes

Após um breve adiamento causado pela identificação de uma anomalia, foi no último sábado (23) que a francesa Arianespace lançou um foguete Ariane 5, leva do uma dupla de satélites ao espaço — entre eles, estava o SES-17, construído pela Thales Alenia Space. Este é o satélite mais avançado e versátil da frota da SES, projetado para proporcionar banda larga e alta velocidade aos clientes da América do Norte, Sul, Caribe e Oceano Atlântico com toda a flexibilidade que eles precisam e onde estiverem — seja no mar, na terra ou no ar.

Na verdade, o lançamento estava programado para acontecer no dia 22, mas acabou adiado em função de checagens adicionais dos sistemas da Arianespace em solo, procedimentos que iriam exigir um pouco mais de tempo. Segundo a empresa, surgiu uma notificação relacionada à pressurização do estágio criogênico do foguete, que levou mais de uma hora para ser resolvido e, assim, atrasou o lançamento. Felizmente, a anomalia foi identificada e corrigida.

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A bordo do foguete, estavam os satélites Syracuse 4A, voltado para a comunicação militar da França, e o SES-17. A Arianespace confirmou que a separação de ambos aconteceu com sucesso e, agora, o SES-17 irá usar seu sistema de propulsão elétrica para chegar à órbita geoestacionária, o que deverá ocorrer em meados do ano que vem. Futuramente, o SES-17 poderá atender clientes nas Américas, Oceano Atlântico e Caribe, proporcionando conexão de alta velocidade independentemente de onde o usuário estiver.

Quando estiver pronto para operar, o satélite poderá oferecer conectividade aos clientes da SES dos mais diversos setores, como aeronáutico, marítimo, empresarial ou governamental. “Esperamos que os clientes da SES possam impulsionar o alto rendimento, o alcance global e a baixa latência da rede de satélites de órbitas múltiplas da SES e de banda Ka interoperável, junto do SES-17 e da futura constelaçãoO3b mPOWER”, disse Steve Collar, CEO da SES.

Além do extenso alcance, os serviços do SES-17 poderão também atuar também como mais aliados na redução da exclusão digital, proporcionando conectividade a escolas, escritórios e moradias em regiões que não são atendidas pelas operadoras locais — e sem abrir mão da qualidade da rede, já que as conexões de alta capacidade oferecidas pelo SES-17 poderão oferecer a mesma largura de banda mesmo em regiões remotas, competindo diretamente com os serviços das regiões urbanas.

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Embora tenha sido pensado, inicialmente, para atender a Thales Avionics, o SES-17 será também mais uma ferramenta para a promoção da inclusão digital no Brasil: a ideia é que, futuramente, os recursos do satélite possam ajudar governos a oferecer conectividade para a população, principalmente para aqueles que vivem em regiões remotas, espalhadas pelo interior do país.

Inovação na terra, na água e no ar

Apesar de ter sido lançado recentemente, os primeiros passos para o desenvolvimento do SES-17 foram dados há alguns anos. Em 2016 a SES anunciou a aquisição do satélite e, depois, fechou uma parceria com a Thales Alenia Space para oferecer o serviço FlytLIVE, um sistema que proporciona conectividade em voos, garantindo que tanto os passageiros quanto a tripulação tenham sempre acesso à conexão Wi-Fi de alta velocidade mesmo em horários de pico ou em rotas com maior tráfego.

Por isso, o SES-17 atenderá as necessidades crescentes de acesso a redes confiáveis e de alta velocidade, não importa onde os usuários estejam. Passageiros de aeronaves comerciais atendidas pela Thales Avionics terão conectividade ao viajar pelas Américas e Oceano Atlântico Norte, enquanto aqueles viajando pelo Caribe e Atlântico Norte a bordo de cruzeiros poderão aproveitar o acesso para atividades que vão desde o upload de vídeos e até jogos, mesmo no mar. Por fim, claro que empresas, operadoras de telefonia e governos também serão beneficiados, principalmente se estiverem em regiões onde não há cobertura adequada.

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Com 46 m de extensão (para comparação, considere o Cristo Redentor, que mede 38 m), quando estiver com seus componentes totalmente posicionados, o SES-17 terá aproximadamente 6,4 toneladas. Este é o primeiro satélite geoestacionário (GEO) totalmente dedicado à banda Ka, com capacidade de processamento total de 200 GHz e carga útil totalmente digital integrada a 200 feixes, o que permitirá que os clientes aproveitem velocidade de aproximadamente 2 Gbps.

Além dos benefícios, vale destacar também algumas das novas tecnologias presentes no SES-17. Entre alguns dos frutos da parceria com a Thales Alenia Space, está o processador digital transparente (DTP), um componente recém-projetado que é considerado o mais avançado já levado à órbita terrestre. Quando combinado a outros recursos presentes no satélite, o DTP permitirá que o SES-17 faça conversões de frequência e roteamento de tráfego facilmente para atender às demandas de transmissão dos dados, conhecidas por serem dinâmicas. Este é também o primeiro satélite com o Mechanically Pumped Loop (MPL), um componente que realiza o controle térmico através da liberação do calor.

Outra inovação importante está no Controle Adaptativo de Recursos (ARC), um software que servirá como o cérebro da rede. O ARC foi criado especialmente para a alocação dinâmica e automática de tráfego em tempo real, permitindo também a comutação de órbita para, assim, proporcionar a interoperabilidade entre os sistemas da órbita média da Terra e na órbita geossíncrona. Na prática, isso significa que o sistema pode reconfigurar a rede (que tem recursos limitados de frequência e potência), em intervalos determinados, direcionando os recursos de acordo com a necessidade.

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Essa otimização é realizada com o auxílio de um algoritmo desenvolvido para permitir, por exemplo, “acompanhar” um navio cruzeiro ou focar em um ponto específico de uma cidade para atender os frequentadores de um evento e até ampliar a cobertura de localidades em que haja necessidade disso. Por isso, tanto o lançamento do satélite SES-17 quanto dos O3b mPOWER, voltados para a operação na órbita média da Terra, constroem as condições necessárias para a SES implantar uma rede de satélites em órbita múltipla, oferecendo interoperabilidade entre eles.

Fonte: SpaceNews, SES, Space.com