Como um "beijo" de Plutão o ajudou a capturar sua maior lua
Por Danielle Cassita |

Parece que uma equipe de cientistas elaborou uma nova teoria para tentar explicar como Plutão conseguiu Caronte, sua maior lua — e a explicação é para lá de romântica. Eles propõem que a origem deste satélite natural está relacionada a um “beijo cósmico”, que começou quando a lua colidiu com o planeta anão.
- Clique e siga o Canaltech no WhatsApp
- Como a sonda da NASA conseguiu "tocar" o Sol sem derreter?
- Foto mostra o "lado escuro" de Plutão, iluminado pela lua Caronte
Após o impacto, Caronte e Plutão se uniram, formando uma estrutura parecida com um boneco de neve, e giraram pelo espaço; depois, o par se separou, restando dois corpos rochosos e intactos com pouca troca de material.
“Como Plutão está girando rapidamente antes da colisão, e como muito de Caronte estava fora da zona de rotação conjunta, Plutão consegue ‘empurrar' a lua, e esta começa a migrar lentamente para longe”, explicou Denton. Segundo a equipe, o processo teria sido relativamente lento.
O processo de “beijo e captura” foi descoberto após simulações computacionais que levaram em conta a força de Plutão e Caronte, ausentes em outros modelos. “Isso significa que, como são feitos de rocha e gelo, eles respondem como estes materiais fariam sob estresse, e não como fluidos”, observou Denton.
A descoberta desafia teorias anteriores, que sugeriam que Caronte surgiu quando um grande objeto colidiu com Plutão e fez com que ambos os corpos fossem deformados e misturados — para entender melhor, imagine um abajur de lava. Caronte teria vindo deste processo, e depois foi capturada na órbita de Plutão.
De acordo com a autora, o impacto pode ter afetado a evolução geológica de Plutão e Caronte, bem como a presença ou ausência de oceanos sob suas superfícies. “O impacto dispara calor em Plutão, seguido de mais aquecimento conforme Caronte começa a se afastar, o que pode ser o início de uma nova era geológica que culmina na superfície que observamos com a [sonda] New Horizons em 2015”, acrescentou.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Geoscience.
Fonte: The Guardian