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Como é ver um lançamento da SpaceX de perto? O Canaltech te conta!

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Danielle Cassita
Danielle Cassita

A operadora de satélites SES fez mais um lançamento da constelação O3b mPOWER, a nova geração de sua rede de conectividade de alto desempenho. O Canaltech acompanhou tudo de pertinho e, nesta matéria, conta como foi a experiência de ver a SpaceX colocando um foguete Falcon 9 para voar!

Fomos convidados pela SES para testemunhar o momento lá em Cabo Canaveral, na Flórida, cobrindo presencialmente algo que só assistíamos em lives na internet — até então. Para entender melhor como o alto desempenho da rede O3b mPOWER pode impactar seus usuários globais — inclusive no Brasil —, conversamos com Steve Collar, CEO da SES.

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Ao fim do papo, ele celebrou o sucesso do lançamento, acrescentando que “todos deveriam poder assistir a um lançamento espacial”.

E a gente agora entende esse sentimento.

Bar espacial com vista para o Falcon 9

Ver um lançamento espacial tão de perto pode não ser possível sem um convite como este, mas qualquer turista pode ter uma experiência incrível no The Space Bar, ali nos arredores do Kennedy Space Center. O bar fica em um terraço que permite avistar várias plataformas de lançamento a alguns quilômetros dali.

E, para garantir que todos enxerguem o espetáculo proporcionado pelos foguetes subindo ao céu, há binóculos disponíveis. Nada mau, né?

O Falcon 9 “logo ali”

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O lançamento estava programado para acontecer no dia 28 de abril, no fim da tarde. Então, antes do almoço, seguimos até o Sand 's Space and History Center, um pequeno museu fora de um dos portões da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral. Quem visita o local consegue conhecer um pouco da história do programa espacial dos Estados Unidos, com foco especial nas plataformas próximas.

De lá, seguimos com um motorista da SpaceX para uma visitinha ao foguete Falcon 9, já preparado na plataforma Space Launch Complex 40 — foi a partir dela que aconteceram os lançamentos das missões Mars Orbiter e Cassini-Huygens, a Marte e Saturno, respectivamente. Ele é um foguete formado por um propulsor e estágio superior, medindo 70 metros de altura (o equivalente a um prédio com 24 andares). Costumamos vê-lo somente nas telas, então, imagine a surpresa que foi perceber como é alto!

Como ficamos bem próximos dele, deu para reparar em alguns detalhes bem legais, como marcas escuras na estrutura. O Falcon 9 é um foguete reutilizável, o que significa que, durante os lançamentos da SpaceX, o primeiro estágio se separa do outro (este, com a carga que vai ao espaço) e retorna para pousar na Terra. No caso, o propulsor do foguete que vimos estava queimado pela viagem de volta da atmosfera terrestre após o lançamento da missão Crew-6, em março.

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Um ditado popular já dizia que tudo que é bom, dura pouco, e isso vale também para a visita. Enquanto estávamos por lá, os funcionários fizeram dois anúncios nos alto-falantes, pedindo que todos os visirantes deixassem o local o quanto antes — na segunda vez, não teve jeito e tivemos que ir.

O pedido é uma medida de segurança para o lançamento, já que eles precisavam da área livre para iniciar o abastecimento do foguete e outros procedimentos. Se alguém insistir em ficar por lá, o lançamento pode acabar suspenso.

Um lançamento espacial inesquecível

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Mais tarde, chegava a hora de ver o foguete subir. Ficamos em uma área reservada para a imprensa, com vista mais do que privilegiada. E se você pensou que o lugar era uma sala no topo de algum edifício, errou feio!

Na verdade, ficamos no gramado à margem de um lago, com o Falcon 9 na plataforma de lançamento a alguns quilômetros à nossa frente. Quer mais? Saiba que ele não estava sozinho: no horizonte, dava para ver também o foguete Falcon Heavy, que iria lançar um satélite da ViaSat naquele dia, e o Vulcan, foguete da United Launch Alliance.

O lançamento estava programado para acontecer às 17h12 no horário local, mas depois foi adiado em uma hora. Como chegamos uma boa antecedência, deu para observar bem os foguetes durante o entardecer e sentir o clima de expectativa crescendo em todo mundo por lá; afinal, não estávamos sozinhos por lá, mas sim acompanhados por profissionais de veículos norte-americanos especializados em ciência espacial.

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Com os binóculos em mãos, acompanhamos a emissão de gases do foguete após o abastecimento com propelente e logo nos posicionamos para ver o lançamento que, agora, estava cada vez mais próximo de acontecer.

Ao fim da contagem regressiva, vimos a fumaça saindo dos motores do Falcon 9 e não demorou para elas darem lugar a um brilho muito, mas muito forte. Quem acompanha as lives da SpaceX já conhece este processo, mas a emoção de ver toda aquela luz dos motores brilhando ali, impulsionando o foguete ao espaço a apenas alguns quilômetros, era algo indescritível.

Se foi brilhante — literalmente! — ver os motores ganhando vida, ouvir isso acontecendo foi de arrepiar. Logo após o foguete decolar, um estrondo ecoou por todo o local; o som era forte, alto e intenso, parecido com um trovão, e lembrou todos que estavam por lá da potência que os motores Merlin do foguete podem oferecer. Alguns minutos depois do lançamento, perdemos o Falcon 9 de vista, e o que restou foi o rastro de fumaça, junto de uma experiência inesquecível.

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