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Cometa distante se rompeu em duas partes por culpa do Sol

Por| Editado por Patricia Gnipper | 27 de Junho de 2023 às 12h32

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Wandeclayt M./Céu Profundo/Telescope New Mexico Skies
Wandeclayt M./Céu Profundo/Telescope New Mexico Skies

O motivo de o cometa C/2018 F4 ter se rompido pode finalmente ter sido revelado. Ele foi descoberto em 2018, mas foi somente em 2020 que astrônomos amadores notaram que ele estava se quebrando em duas partes. Após novas observações, Man-To Hui, cientista da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau, suspeita que ele se fragmentou por causa do calor do Sol.

Hui e seus colegas apontam que o núcleo do cometa poderia ser formado por dois lóbulos conectados por uma espécie de ponte — ou seja, ele seria parecido com o cometa 67P, visitado pela missão Rosetta. Quando o F4 se aproximou do centro do Sistema Solar, esta estrutura pode ter se rompido.

A fragmentação parece ter acontecido quando o cometa estava a cerca de três vezes a distância da Terra até o Sol, e o aquecimento teria feito com que o cometa perdesse material, iniciando um movimento de rotação. “Chega um ponto em que ele está girando tão rapidamente que os componentes principais não conseguem mais ficar juntos, e se separam”, explicou Michael Kelley, coautor do estudo.

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Cada parte do núcleo do cometa mede quase 4 km, e se separaram à velocidade de 3 m/s. Os componentes continuaram se afastando e, no momento, as partes estão separadas por quase 400 mil km de distância entre si — para comparação, a distância média entre a Terra e a Lua é de 384.400 km.

A fragmentação não é algo desconhecido para os cientistas, porque já foi observada em outros objetos. Algo do tipo aconteceu com o cometa C/2019 Y4 Atlas: ele poderia oferecer um espetáculo no céu durante sua maior aproximação ao Sol, mas perdeu brilho gradualmente porque se partiu em, no mínimo, três pedaços.

A diferença aqui é que o processo ocorreu em um objeto vindo de longe no Sistema Solar, representando uma boa oportunidade para astrônomos estudarem seu núcleo. “Podemos aprender como o núcleo se mantém e suas propriedades, e não podemos fazer isso de nenhum outro jeito sem enviar uma nave para lá”, acrescentou Kelly.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado no repositório arXiv.

Fonte: arXiv; Via: NewScientist