Colisão de estrelas de nêutrons emitiu jato a 99,9% da velocidade da luz
Por Danielle Cassita • Editado por Patricia Gnipper |

Uma equipe de astrônomos liderada por Kunal P. Mooley, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, mediu um jato de matéria viajando a pelo menos 99,97% da velocidade da luz como resultado da colisão de duas estrelas de nêutrons. Designado “GW170817”, o evento foi observado em agosto de 2017, e liberou energia comparável àquela da explosão de uma supernova.
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O evento foi detectado devido às ondas gravitacionais e emissões de raios gama, monitoradas por diferentes observatórios em solo e na órbita baixa da Terra. Os dados obtidos sugeriam que a colisão das duas estrelas de nêutrons, objetos compactos e extremamente densos, formaram um buraco negro e uma explosão tão energética quanto uma supernova.
Conforme o buraco negro recém-nascido começou a se alimentar, ele atraiu matéria em um disco, disparando jatos dela em ambas as direções do centro dele. O jato havia sido observado pelo telescópio Hubble durante os estudos do evento, em 2017. Depois, para determinar a velocidade da emissão, os pesquisadores observaram o movimento de uma “bolha” de detritos da explosão, empurrada pelo jato.
Como estava apontado para a Terra, o jato parecia estar se movendo a sete vezes a velocidade da luz. Entretanto, nada pode viajar mais rápido que a luz, e foi preciso rever os dados. Mas, mesmo após corrigir a velocidade dele, os pesquisadores notaram que o jato tinha velocidade era surpreendentemente alta. “Nossos resultados indicam que o jato estava se movendo a pelo menos 99,97% da velocidade da luz quanto foi emitido”, disse o coautor Wenbin Lu.
“Estou maravilhado pelo Hubble nos dar medidas tão precisas, que se comparam à precisão alcançada pelos poderosos radiotelescópios de interferometria de longa linha de base (VLBI), espalhados pelo mundo”, acrescentou Mooley. Os resultados ajudam a estreitar a ligação entre as fusões das estrelas de nêutrons e explosões de raios gama.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature.