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Cientistas descobrem sistema curioso de estrela dupla e planeta girando de lado

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ESO/L. Calçada
ESO/L. Calçada

Em uma pesquisa publicada na última quarta-feira (16) na revista científica Science Advances, pesquisadores da Universidade de Birmingham descobriram um sistema planetário cheio de novidades curiosas — ele é formado por um par de estrelas anãs marrons, orbitadas por um planeta que gira de lado, num ângulo de 90º.

A característica dá ao corpo celeste o título de primeiro planeta polar (de órbita lateral) já visto no universo. O sistema binário é formado pelo que chamamos de estrelas falhas — também chamadas de anãs marrons, elas são chamadas assim porque nascem de nuvens de gás e poeira que colapsaram, mas não conseguem massa o suficiente para fazer a fusão de hidrogênio e hélio no núcleo, o que define as estrelas.

Órbita polar e anãs marrons

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O exoplaneta em questão é chamado de 2M1510 (AB) b e fica a cerca de 120 anos-luz de distância, na constelação de Libra. Planetas orbitando estrelas binárias já foram vistos antes, mas nunca no ângulo deste corpo celeste. Já haviam sido vistos indícios de que isso seria possível, como discos protoplanetários (que formarão planetas no futuro) orbitando sistemas binários.

Confira, abaixo, uma simulação da órbita do 2M1510 (AB) b ao redor do sistema binário:

Os corpos celestes próximos do planeta, 2M1510 AB e 2M1510 C, também são incomuns. A chance de corpos estelares terem um parceiro binário aumentam junto com sua massa, então anãs marrons formando um sistema desses é algo raro.

O sistema é, ainda, apenas o segundo par de anãs marrons eclipsantes já descoberto — isso quer dizer que uma das estrelas eclipsa a outra a partir do nosso ponto de referência terrestre. Os corpos celestes foram identificados pela primeira vez em 2018, a partir do telescópio SPECULOOS, do Observatório Paranal, no Chile.

O exoplaneta de órbita polar, por sua vez, foi descoberto enquanto a equipe buscava entender melhor a órbita das anãs marrons usando o Espectrógrafo de Ultravioleta e Escala Visual (UVES) do telescópio VLT, também no Observatório Paranal. Ele só foi notado por causa dos seus dados gravitacionais, que só fazem sentido no caso de uma órbita polar, ou de lado.

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Fonte: Science Advances

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