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Chuvas de meteoros são perigosas para astronautas e satélites?

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Clay Banks/Unsplash
Clay Banks/Unsplash

Chuvas de meteoros foram visíveis em diversos países nos últimos dias, incluindo o Brasil, e renderam belas fotos. Mas, afinal, será que estes fenômenos são perigosos para astronautas e satélites? Na maior parte dos casos, não — é o que explicou Bill Cooke, diretor do Escritório de Ambiente de Meteoroides da NASA, no Marshall Space Flight Center. 

Primeiro, vale destacar rapidamente o que são as chuvas de meteoros. Elas acontecem quando partículas de asteroides ou cometas atravessam a atmosfera da Terra a alta velocidade, criando fricção e calor. As altas temperaturas fazem com que os meteoros sejam vaporizados, formando belos feixes luminosos no céu. 

Segundo Cooke, há zero risco de algum destes fragmentos causarem problemas para astronautas — contanto que estejam dentro da Estação Espacial Internacional (ISS). É que o laboratório orbital conta com o chamado “para-choque Whipple”, uma estrutura criada com camadas de metal e Kevlar (um tipo de fibra sintética). 

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Este escudo é capaz de quebrar os meteoros, dispersando a energia deles em sua estrutura. "As chances de um meteoroide penetrar na ISS são muito pequenas — você pode pensar nela como o ‘tanque’ da órbita baixa da Terra", explicou Cooke. O escudo Whipple tem áreas amassadas e pequenos buracos, mas só metade deles foram causados por meteoroides. O restante vem de impactos de lixo espacial. 

Ele acrescenta que chuvas de meteoros dificilmente causam problemas para a ISS. Na verdade, a maior preocupação é com os meteoroides esporádicos de fundo, que são pedacinhos de rochas espaciais sem ligação com nenhuma chuva específica. Sozinhos, eles são responsáveis por até 95% dos riscos, principalmente para astronautas em caminhadas espaciais.

Até as chuvas de meteoros mais fortes não são motivo de tanta preocupação — a chuva dos meteoros Gemínidas, por exemplo, representa um aumento de 60% nas chances de impacto de algum meteoro esporádico. “Somente durante uma tempestade de meteoros ou explosão é que as taxas de meteoros são significativamente elevadas", observou Cooke. 

O risco para satélites, por sua vez, é mínimo, porque suas seções transversais são pequenas. "Se eu estiver deitado de costas, olhando para o céu noturno, estou com cerca de 30 mil quilômetros quadrados de atmosfera na qual os meteoros estão queimando", disse Cooke. "Agora compare isso com dezenas de metros quadrados. Portanto, as chances de um meteoro atingir um satélite são pequenas", finalizou.

Fonte: Space.com