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Surpresa! Chuva de meteoros inédita cairá na Terra, mas não será fácil observar

Por| Editado por Claudio Yuge | 10 de Maio de 2021 às 22h00

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Asim Patel
Asim Patel

Uma chuva de meteoros inédita vai cair na Terra no segundo semestre, provavelmente a partir do final de setembro, com pico no dia 7 de outubro. Ela será produzida pelos detritos do cometa 15P/Finlay e não se repetirá tão cedo — ou talvez nunca mais aconteça. Além disso, será bem difícil de observar essas "estrelas cadentes", embora os habitantes do extremo sul da América possam ter a sorte de ver alguns meteoros.

Um dos motivos de ser uma chuva tão difícil de observar é que os detritos do cometa Finlay são realmente pequenos, mais semelhantes a partículas de poeira. É o suficiente para deixarem rastros na atmosfera terrestre, mas eles serão fracos — ou seja, será preciso usar instrumentos específicos para observar o fenômeno. Isso não significa que seja um evento de pouca importância; ao contrário, será uma boa oportunidade de saber mais sobre chuvas “surpresa” de meteoros.

Pesquisadores da NASA calculam que a chuva terá como radiante a constelação Ara (o Altar), mas não sabem ao certo qual estrela ou ponto. O radiante é o ponto de onde os meteoros de uma chuva parecem se originar, algo sempre útil para ajudar a olhar na direção certa durante as observações. As partículas serão lentas, o que também dificultará muito o trabalho de detectá-las quando estiverem entrando em nossa atmosfera.

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O Cometa Finlay tem aproximadamente 2 km de largura e sua nuvem de detritos ainda é um certo mistério para os astrônomos. É que pode haver uma “bolha” oculta de poeira deixado por ele a cada vez que se aproximou do Sol, e um dia a Terra pode atravessar essa bolha. Quando isso vai acontecer e qual será o resultado disso em termos de manifestações visíveis no céu, ainda é bastante incerto. Mas certamente não oferecerá nenhum risco, pois a poeira será desintegrada por causa do atrito atmosférico.

Toda chuva de meteoros é nada mais do que o momento em que nosso planeta passa por uma dessas nuvens de detritos, e isso acontece precisamente nas mesmas datas, todos os anos. O motivo de nunca termos visto a chuva Finlay é que seu rastro seguia a órbita do cometa através do Sistema Solar sem cruzar com a órbita do nosso planeta. Contudo, com o tempo, as partículas de poeira começam a desacelerar e o formato da órbita da nuvem se contrai, passando de uma órbita oval para um caminho mais circular.

Essa desaceleração ocorre por uma série de influências, como a gravidade dos planetas e do Sol e a radiação solar. Como são partículas bem pequenas, ficam mais suscetíveis a esses efeitos e elas acabam se deslocando para o caminho orbital da Terra. Ao menos talvez tenha sido isso o que aconteceu com os detritos do Finlay, de acordo com Diego Janches pesquisador astrofísico do Goddard Space Flight Center da NASA.

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Os meteoritos devem entrar na atmosfera a uma velocidade de 11 km/s, o que é bem pouco se comparado à velocidade das chuvas de meteoros “tradicionais”. A observação exigirá instrumentos mais sensíveis do que as lentes de câmeras e radares, já que as câmeras ópticas e o olho humano não serão capazes de ver a luz emitida pelas partículas.

Fonte: Space.com