Chang’e 6 coleta amostras da Lua e inicia retorno à Terra
Por Nathan Vieira • Editado por Luciana Zaramela |
Nesta terça-feira (4), a sonda Chang'e-6 da China completou dois dias desde que chegou ao lado oculto da Lua, e agora que concluiu a tarefa de coletar amostras do solo lunar, deu início à decolagem. O robô agora se encontra em órbita lunar, esperando para acoplar ao orbitador para a viagem de volta para casa.
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É a primeira vez que amostras são coletadas do outro lado da Lua. A sonda pousou com sucesso no último domingo (2), na bacia do Pólo Sul-Aitken (SPA).
Em comunicado divulgado pela revista científica Nature, Chunlai Li — designer-chefe adjunto da missão nos Observatórios Astronómicos Nacionais em Pequim — anunciou que “o processo de amostragem decorreu muito bem”.
A Administração Espacial Nacional da China (CNSA) registrou que o ascensor levou apenas seis minutos para alcançar a órbita lunar designada depois de ligar o motor.
Amostras de solo lunar
Desde que chegou à Lua, Chang'e-6 usou uma broca e para recolher solo e regolito lunar (o material rochoso que cobre a superfície lunar). As estimativas são que a sonda deve trazer cerca de dois quilos de amostras.
De acordo com Li, as amostras consistirão principalmente de basaltos, que é tipo uma lava resfriada de cor escura. Material semelhante já foi trazido de volta à Terra para análise no lado próximo da Lua.
E veja só: a idade desses basaltos é estimada em cerca de 2,4 mil milhões de anos!
O objetivo de coletar essas amostras trazidas da SPA é medir com precisão a idade da bacia e melhorar toda a compreensão sobre a história inicial da Terra e de outros planetas.
De qualquer forma, os cientistas estão bem animados com essas novas amostras, que serão as primeiras rochas recuperadas do lado oculto da Lua.
Próxima fase da missão
A sonda já pousou, coletou as amostras e decolou. Mas então o que vem agora? Ironicamente, n os próximos dias, a Chang'e-6 enfrentará uma das partes mais complicadas da missão.
O que acontece é que a próxima fase envolve o encontro e o acoplamento do ascensor com o orbitador e a transferência das amostras. Essa viagem de volta deve durar cerca de três semanas. A missão começou no início de maio.
Fonte: Nature