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Capacete espacial vai decifrar o cérebro dos astronautas na microgravidade

Por| Editado por Patricia Gnipper | 30 de Março de 2022 às 16h46

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Divulgação/Brain.space
Divulgação/Brain.space

Um experimento da startup israelense Brain.space quer mapear o impacto da microgravidade no cérebro humano e como a condição pode, eventualmente, afetar a saúde cerebral. Para tornar o projeto realidade, a equipe de cientistas desenvolveu um capacete espacial capaz de decifrar o órgão e, em breve, estará em uso por astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS).

Desenvolvido em parceria com a Universidade Ben-Gurion do Neguev, em Israel, o capacete pode ser considerado como a versão — muito — melhorada de um equipamento de Eletroencefalograma (EGG). Na Terra, o dispositivo também é usado para avaliar a atividade elétrica cerebral espontânea, mas os modelos já conhecidos não funcionam bem no espaço e são menos sensíveis.

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Por exemplo, a versão turbinada do capacete carrega 20 vezes mais sensores do que os modelos tradicionais, somando, no total, 460. Além disso, tem ajuste automático na cabeça e conta com um sistema dotado de Inteligência Artificial (IA). Conseguir capturar, com melhor precisão, a atividade do cérebro e entendê-la são fundamentais para que, um dia, a espécie humana chegue até Marte.

"Essas informações podem ser vitais para avaliar as mudanças diárias na plasticidade do cérebro e prever como o cérebro se adaptará às viagens espaciais de longo prazo", afirma a empresa em seu site.

Embarque do capacete para a ISS

Prevista para decolar no dia 6 de abril, a Axiom Mission 1 (ou Ax-1) da SpaceX, a primeira missão espacial totalmente privada a ser realizada na ISS, é que levará o capacete espacial para lá. Durante o experimento, a equipe composta pelos astronautas Larry Connor, Michael López-Alegría, Mark Pathy e Eytan Stibbe é que revesará o uso novo item.

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“Todos os órgãos são avaliados no espaço — massa corporal, temperatura e batimentos cardíacos — tudo está sendo medido, exceto este órgão [o cérebro]”, explicou Yair Levy, cofundador e CEO da Brain.space, para o site C|Net. Com o experimento, Levy acredita que será possível observar, pela primeira vez, como o sistema nervoso se adapta a uma nova condição no espaço.

Tecnologia medirá a atividade cerebral dos astronautas

Segundo a equipe de pesquisadores, o capacete foi desenvolvido para extrair dados de atividade cerebral, praticamente, em tempo real. Dessa forma, a tripulação da missão Ax-1 fará testes cognitivos enquanto estiver usando o capacete antes, durante e após a decolagem, o que permitirá diferentes análises. Em um segundo momento, os dados serão comparados com as mesmas atividades na Terra.

A equipe da Brain.space já anunciou que os dados cerebrais, coletados no experimento da ISS, estarão disponíveis para todos os pesquisadores que se interessarem por estudar como e se a microgravidade afeta o comportamento do cérebro humano.

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No futuro, é possível que se sejam descobertos riscos para a saúde do cérebro diante da microgravidade, mas, caso isso seja verdade, apenas testes mais longos devem revelar a condição. Inicialmente, as modificações podem não ser graves e nem permanentes.

Atualmente, a ciência conhece os efeitos da microgravidade em algumas partes específicas do corpo humano. Na verdade, a maioria das informações aponta exclusivamente para a perda de massa muscular e da densidade óssea, quando os astronautas passaram períodos de mais de seis meses na ISS.

Faltam dados sobre o cérebro humano

"Com este estudo, poderemos demonstrar a viabilidade de monitorar o desempenho cognitivo e a atividade cerebral em um ambiente de microgravidade. Entre os resultados adicionais pretendidos está a formulação de uma avaliação para futuras missões de quão bem os astronautas se adaptam aos novos ambientes no espaço", explica a empresa israelense.

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Além disso, a Brain.space lembra que "a capacidade de analisar as ondas cerebrais pode ser um componente essencial para fazer diagnósticos cognitivos e monitorar a saúde neurológica das tripulações no espaço". Nesse sentido, a nova tecnologia pode representar mais um passo do homem para a colonização lunar ou para a viagem até Marte.

Fonte: Brain.space e C|Net