Camada de ozônio na Terra está em processo de reparação
Por Rafael Arbulu |
A camada de ozônio, responsável por proteger a Terra contra a nocividade dos raios ultravioleta, está em processo inicial de reparação. A informação vem de um levantamento publicado pela Organização das Nações Unidas (ONU), que constatou que as políticas adotadas por mais de 100 países de abolir o uso do produto químico clorofluorcarbono de seus produtos vem apresentando um resultado positivo na reformação da camada protetora que envolve o planeta.
A camada de ozônio terrestre se estende por cerca de 9,6 quilômetros atmosfera adentro, e serve para proteger a pele humana e de animais dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta que, absorvidos por nós sem nenhum filtro, podem levar à morte por câncer a longo prazo. Na década de 1980, um enorme buraco nesta camada foi descoberto no pólo Sul do nosso planeta, e foi constatado na ocasião que o uso do composto químico clorofluorcarbono, ou simplesmente CFC (encontrado em desodorantes spray, motores de refrigerador e ar condicionado, além de uma série de outros produtos), era o principal responsável pelo dano.
Desde 1987, porém, cerca de 187 países assinaram o Protocolo de Montreal, que estabelecia que as nações signatárias deveriam encontrar formas de substituir o CFC por outros químicos menos danosos à Terra de uma forma geral. No Brasil, o uso do CFC é proibido desde 1999.
Desde então, a camada de ozônio, cujo buraco encontrado dava conta de uma perda de 10% de seu volume durante a década de 1990, vem recuperando cerca de 3% dele por década, se reparando aos poucos. Se continuarmos neste ritmo, a camada estará íntegra novamente até 2060.
Contudo, é importante ressaltar que isso não significa que estamos fora de perigo. Segundo o especialista Brian Toon, da Universidade do Colorado, isso significa apenas que estamos “começando um processo de melhora”, ressaltando que ainda há preocupações, como o uso crescente de químicos baseados em cloro que podem desacelerar o progresso de reparo na camada de ozônio — sobretudo no mercado chinês, onde não há regulamentação sobre, por exemplo, produtos de remoção de tinta e criação de canos de PVC.
Fonte: BBC