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Buraco negro da Via Láctea tem filamentos estranhos

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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Farhad Yusef-Zadeh/Universidade Northwestern
Farhad Yusef-Zadeh/Universidade Northwestern

Algumas centenas de filamentos foram detectados no centro da Via Láctea, saindo do buraco negro supermassivo Sagittarius A*. Compostas de gases, as linhas horizontais medem de 5 a 10 anos-luz de comprimento e podem revelar mais detalhes sobre o coração da nossa galáxia.

Em 1984, o pesquisador Farhad Yusef-Zadeh, da Universidade Northwestern, encontrou milhares filamentos magnéticos verticais perto do buraco negro. Eles medem cerca de 150 anos-luz de comprimento e não apontam especificamente para o buraco negro, além de se concentrarem em aglomerados.

Dessa vez, Yusef-Zadeh descobriu filamentos horizontais que se parecem com linhas de pontos e traços de um código Morse. Embora todos pareçam vir do Sagittarius A*, eles são encontrados apenas em um dos lados do buraco negro e são bem menos numerosos que as linhas verticais.

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Essas diferenças entre os filamentos verticais e horizontais sugerem que, embora parecidos, tiveram origens distintas. Segundo o estudo, as linhas recém-descobertas brilham com a radiação térmica emitida por um gás molecular quente, enquanto as anteriormente detectadas possuem partículas que se movem quase à velocidade da luz.

Os autores do estudo estimam que os filamentos horizontais teriam apenas 6 milhões de anos, o que é um piscar de olhos em escalas cósmicas. Eles também cogitam que eles vieram “de algum tipo de fluxo de uma atividade que aconteceu há alguns milhões de anos”.

Por enquanto, pouco se sabe além disso sobre as linhas horizontais, mas, considerando que parecem ser emitidas diretamente pelo buraco negro supermassivo, espera-se que elas possam revelar algo sobre as propriedades do Sagittarius A* — e, quem sabe, sobre buracos negros em geral. Para isso, novas observações serão necessárias.

A pesquisa foi publicada na revista The Astrophysical Journal Letters.

Fonte: The Astrophysical Journal Letters; Via: EurekAlert