Brasileira de 18 anos descobre asteroide em projeto de ciência cidadã da NASA
Por Wyllian Torres | Editado por Patricia Gnipper | 29 de Setembro de 2021 às 16h49
Em agosto deste ano, Laysa Peixoto Sena Lage, uma mineira de 18 anos, descobriu um asteroide como parte um projeto de “caça asteroides” da NASA em parceria com a International Astronomical Search Collaboration (IASC). Laysa, estudante de física na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), batizou temporariamente o objeto espacial como LPS 003 — em referência às iniciais de seu nome.
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A NASA conduz projetos de pesquisa que envolvem a participação dos chamados cientistas cidadãos, quando pessoas sem formação profissional contribuem para o avanço de estudos científicos. Em entrevista ao G1, Lage, que cursa o segundo período de física na UFMG, relata que se interessou pelo tema no início de 2020 quando viu no site da agência espacial norte-americana a campanha de “caça asteroide”.
Em sua caça, a estudante analisa uma série imagens obtidas a partir do Panoramic Survey Telescope and Rapid Response System (Pan-STARRS), um telescópio operado pelo Instituto de Astronomia do Havaí. “Analiso pixel por pixel da imagem, percebo algumas características e valores. Aí fui enviando relatório para eles”, acrescenta.
Após um tempo, a equipe do projeto confirmou a descoberta de Lage, que recebeu temporariamente um nome com suas iniciais, além de um certificado oficializando a novidade. Para ela, que a vida inteira estudou em escola pública e sempre foi apaixonada pelo espaço, a experiência de contribuir dessa maneira com a ciência é a realização de um sonho. “Então, independentemente de onde a pessoa estudou, ela pode realizar sonhos e conseguir o que quiser", ressalta Lage.
A jovem, que mora em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte, faz parte do Observatório Astronômico da UFMG e pretende realizar outro curso disponibilizado pela NASA — o Advance Space Academy — e analisar estrelas à procura de exoplanetas ao redor delas. Em 2020, Laysa foi medalhista de prata na 23ª Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica, além de ter o título de bronze na Competição Internacional de Astronomia e Astrofísica.
Em seu Instagram, a estudante de física compartilha sua descoberta alegando que, em breve, poderá nomear formalmente o “seu” asteroide. “É uma honra fazer parte dessa busca por mais conhecimento sobre o Cosmos, especificamente sobre os objetos do Sistema Solar”, aponta. Este é mais um belo exemplo da importância dos projetos de ciência cidadã, que, além de contribuírem para o desenvolvimento da ciência, inspiram muitos jovens a se envolverem nas áreas de ciência e tecnologia.
Fonte: G1