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Atividade do buraco negro supermassivo da Via Láctea é caótica e irregular

Por| Editado por Patricia Gnipper | 13 de Janeiro de 2022 às 16h30

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NASA/Swift/N. Degenaar
NASA/Swift/N. Degenaar

Os sinais de radiação emitidos pelo buraco negro supermassivo no centro da Via Láctea são bastante irregulares, de acordo com um novo estudo. Embora o núcleo galáctico “pisque” todos os dias, os intervalos são caóticos e imprevisíveis.

No centro da nossa galáxia, habita um buraco negro monstruoso com massa estimada em quatro milhões de vezes a massa do Sol. Embora seja considerado inativo, ou “adormecido”, o Sagitário A* (ou Sgr A*) emite sinais de rádio, raios-X e raios gama todos os dias, além de possuir um pequeno jato.

Acontece que, segundo estudo de uma equipe internacional de pesquisadores, liderada pelo estudante de pós-graduação Alexis Andrés, o Sgr A* não apenas brilha irregularmente de dia para dia, mas também a longo prazo.

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As rajadas de radiação emitidas nesses “surtos” diários são dez a cem vezes mais brilhantes do que os sinais normais observados no buraco negro. No entanto, a intensidade e os intervalos não são constantes, e os cientistas ainda não sabem por quê.

De acordo com a análise dos dados, o buraco negro mostrou altos níveis de atividade entre 2006 e 2008, com um declínio acentuado nos quatro anos seguintes. Depois de 2012, a frequência de erupções aumentou novamente, frustrando as tentativas dos astrônomos em distinguir um padrão.

Causas das erupções no buraco negro

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Os buracos negros em si não emitem radiação, mas sim seus arredores. Quando se alimentam de alguma matéria, como estrelas ou nuvens de gás e poeira, esses objetos iniciam um longo processo de dilacerar sua “refeição” antes que ela caia no horizonte de eventos — o ponto de não retorno dos buracos negros.

À medida que estrela ou nuvem é dilacerada e espaguetificada, começa a girar em torno do buraco negro em alta velocidade, transformando-se em um plasma aquecido. Dependendo da quantidade de matéria, esse processo resulta em um disco de acreção e um jato relativístico.

Ainda não se sabe muito sobre a atividade do Sgr A*, exceto que ele não se alimenta muito. Por isso, o novo estudo pode ajudar os cientistas a determinarem o que exatamente está acontecendo por lá. Para os próximos anos, a equipe espera reunir dados suficientes para descartar possíveis causas da variação nas emissões.

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Uma das possibilidades é que o buraco negro esteja se alimentando de nuvens gasosas, mas pode ser que algo mais possa explicar a atividade irregular. O resultado foi fruto da análise de 15 anos de dados, iniciada em 2019, e foi publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Fonte: ScienceDaily, Phys.org