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Mini buraco negro supermassivo pode ajudar a explicar evolução dos "grandalhões"

Por| Editado por Patricia Gnipper | 11 de Janeiro de 2022 às 15h30

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NASA/CXC/Dartmouth Coll./J. Parker/R. Hickox/Pan-STARRS
NASA/CXC/Dartmouth Coll./J. Parker/R. Hickox/Pan-STARRS
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Um “mini” buraco negro supermassivo em crescimento foi encontrado em uma galáxia anã, dando aos astrônomos uma possível pista para alguns dos maiores mistérios do universo. Com “apenas” 200 mil vezes a massa do Sol, o buraco negro no centro da galáxia Mrk 462 poderia revelar segredos sobre a evolução desses objetos invisíveis.

Em um novo estudo, cientistas usaram o observatório Chandra para observar oito galáxias anãs que já haviam mostrado indícios de buracos negros em crescimento nos seus núcleos a partir de dados ópticos coletados pelo Sloan Digital Sky Survey. Dessas oito candidatas, apenas a Mrk 462 mostrou a assinatura de raios-X que eles procuravam.

Do ponto de vista de nossos telescópios, a galáxia anã Mrk 462 fica ao lado do grupo de galáxias HCG068. Mas é a pequena galáxia anã que está emitindo grandes quantidades de raios-X, que chamou a atenção dos astrônomos.

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Em Mrk 462, há apenas algumas centenas de milhões de estrelas (cerca de cem vezes menos do que na Via Láctea). Nessas galáxias, o brilho é bem mais fraco, o que dificulta ainda mais a detecção dos buracos negros supermassivos em seus núcleos.

Para complicar ainda mais, esta galáxia anã possui uma grande quantidade de poeira no centro, impedindo a observação direta das estrelas centrais, por exemplo. No coração da Via Láctea, também há bastante poeira, mas ainda assim foi possível observar a órbita das estrelas que revelam o nosso buraco negro supermassivo, o Sagittarius A*.

Contudo, a grande quantidade de raios-X encontrada na Mrk 462 mostrou que em seu núcleo reside algo poderoso. Especificamente, os astrônomos encontraram muito mais sinais de raios-X de alta energia em comparação com raios-X de baixa energia. Isso indica que o há ali um buraco negro em alguma atividade.

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Como buracos negros supermassivos crescem?

A nova descoberta é importante, porque pode ajudar os astrônomos a finalmente responder uma das perguntas mais incômodas da astronomia moderna: como os buracos negros supermassivos ficaram tão grandes tão rapidamente?

Buracos negros pequenos se formam a partir do colapso de uma estrela que encerrou seu ciclo de fusão nuclear. Eles podem ter algumas dezenas de vezes a massa do Sol, mas não mais que isso, pois as próprias estrelas não podem ter mais que cerca de 150 massas solares.

Como, então, buracos negros supermassivos com milhões, e até bilhões de massas solares se formaram no centro das galáxias? Existem algumas hipóteses, com as mais diversas explicações, algumas envolvendo os hipotéticos buracos negros primordiais e o colapso de nuvens ultramassivas no início do universo.

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Se o buraco negro na Mrk 462 estiver mesmo em “fase de crescimento”, e se os astrônomos encontrarem o mesmo cenário em outras galáxias anãs, eles poderão descartar algumas dessas hipóteses, o que certamente os levaria para mais perto de uma resposta definitiva sobre a evolução dos buracos negros supermassivos.

Por exemplo, se as condições necessárias para o colapso direto de uma nuvem gigante em um buraco negro de tamanho médio são raras, então não deve haver muitas galáxias anãs com buracos negros supermassivos, como a Mrk 462.

Esses resultados seriam apresentados na 239ª reunião da American Astronomical Society em Salt Lake City, mas o evento foi cancelado devido a precauções contra a COVID-19.

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Fonte: Chandra X-ray Observatory, NASA