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Buraco negro devorou uma estrela há décadas e isso só foi descoberto agora

Por| Editado por Patricia Gnipper | 12 de Janeiro de 2022 às 08h15

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Sophia Dagnello/NRAO/AUI/NSF
Sophia Dagnello/NRAO/AUI/NSF

Rastros da "refeição" de um buraco negro foram identificados em um conjunto de dados da década de 1980, graças a dois estudantes do ensino médio. O objeto devorou uma estrela, que foi dilacerada em um processo conhecido como evento de ruptura de marés, antes de cair no horizonte de eventos para nunca mais voltar.

Como buracos negros se alimentam

O “almoço” de um buraco negro não é um processo discreto; ao contrário, é um evento confuso e conturbado, que libera grandes quantidades de radiação. Quando a estrela (ou qualquer outra coisa azarada) se aproxima demais do objeto, a gravidade a puxa com força violenta.

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Apesar disso, a estrela ainda precisa percorrer um bom caminho antes de chegar no horizonte de eventos — o ponto crítico de um buraco negro de onde nada, nem mesmo a luz, pode escapar. Por isso, a matéria da estrela é arrancada gradualmente, até ser espaguetificada.

Esse “espaguete” de massa estelar começa a girar em grande velocidade ao redor do buraco negro, produzindo uma explosão de luz. E embora os astrônomos tenham visto esse fenômeno ocorrer algumas vezes, poucos desses casos dependeram de observações de rádio.

Refeição de buraco negro encontrada por adolescentes

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Os jovens Ginevra Zaccagnini e Jackson Codd estavam revisando dados coletados pelo Very Large Array (VLA), no Novo México, e notaram que um sinal brilhante visto em meados da década de 1990 havia desaparecido em 2017.

Eles deixaram uma observação para os cientistas sobre a descoberta e, assim, uma equipe de astrônomos começou a procurar outras observações do brilho, catalogado como J1533+2727. Logo descobriram que outro radiotelescópio, no Observatório Green Bank, Virgínia, EUA, havia detectado o mesmo objeto antes de seu desaparecimento repentino.

Com a soma dos dados, eles perceberam que observações entre 1986 e 1987 mostraram que o objeto parecia ainda mais brilhante do que os da década de 1990. Agora, de acordo com o cálculo da equipe, o brilho está agora 500 vezes mais escuro do que era no seu momento mais brilhante.

Analisando melhor, eles concluíram que o brilho foi causado por um buraco negro que se alimentou de uma estrela, causando um evento de ruptura de maré que resultou em um jato relativístico, detectado pelos sinais de rádio.

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De acordo com Vikram Ravi, astrônomo do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em Pasadena, "esta é a primeira descoberta de um candidato a evento de ruptura de maré relativístico no universo relativamente próximo". Isso pode significar que esse fenômeno pode ser mais comum do que se imaginava.

Esses brilhos emitidos durante as refeições dos buracos negros são ótimas oportunidades para estudá-los. Mais de 100 eventos como este foram encontrados, ao todo. O artigo descrevendo a pesquisa foi aceito para publicação no The Astrophysical Journal.

Fonte: Caltech; Via: Space.com