Astrônomos reconstituem fim de estrela que explodiu em supernova
Por Danielle Cassita | Editado por Patricia Gnipper | 14 de Setembro de 2022 às 09h04
Uma equipe de astrônomos da NASA e de outras instituições conseguiu reconstituir o fim da vida de uma estrela que explodiu em supernova, originando o remanescente “SNR 0519-69.0” (ou apenas “SNR 0519”). O objeto fica na Grande Nuvem de Magalhães, e seu passado foi estudado através de diferentes pistas encontradas em observações dos telescópios Hubble, Chandra e Spitzer.
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As estrelas chegam ao fim de suas vidas de diferentes formas, que variam de acordo com a massa. No caso, o remanescente SNR 0519 veio da explosão de uma anã branca, uma estrela que perdeu praticamente todo seu combustível nuclear e colapsou, formando um pequeno objeto. No passado, ela chegou a um limite crítico de massa após obter matéria de alguma estrela vizinha ou até por meio de uma fusão com outra anã branca.
Depois, ela explodiu em uma supernova classificada como Ia, um evento que ajuda os cientistas a estudar explosões termonucleares e até a medir distâncias a galáxias distantes. Para descobrir há quanto tempo a estrela explodiu e como era o ambiente em que a supernova ocorreu, os astrônomos trabalharam com uma série de dados.
Primeiro, eles compararam imagens capturadas pelo telescópio Hubble entre 2010, 2011 e 2020, para medir a velocidade do material ejetado na onda de choque da explosão a uma velocidade de quase 9 milhões de km/h. Com os dados da velocidade em mãos, eles descobriram que a luz da explosão pode ter chegado na Terra há cerca de 670 anos.
Entretanto, é provável que o evento propriamente dito aconteceu mais recentemente, e os dados dos telescópios Chandra e Spitzer sugerem que o material perdeu velocidade desde a explosão. Eles descobriram que as regiões mais brilhantes no remanescente em raios X representam os materiais com menor velocidade, e não há emissões relacionadas a matéria se movendo a alta velocidade.
Estes resultados indicam que parte da onda da explosão se chocou com o gás denso envolvendo o remanescente, e acabou desacelerando. No futuro, os astrônomos podem usar novos dados do Hubble para determinar com mais precisão quando o fim da estrela aconteceu.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal.
Fonte: The Astrophysical Journal; Via: NASA