Publicidade
Economize: canal oficial do CT Ofertas no WhatsApp Entrar

Astrônomos encontram estrelas gigantes vermelhas "em miniatura"

Por| Editado por Rafael Rigues | 18 de Abril de 2022 às 11h45

Link copiado!

NASA/CXC/M.Weiss
NASA/CXC/M.Weiss

Diferentes tipos de estrelas gigantes vermelhas “encolhidas” foram identificados pela primeira vez. Descobertas por astrônomos da University of Sydney, estas estrelas parecem ter perdido grande quantidade de massa em função de possíveis estrelas anãs brancas vizinhas, e representam um passo importante para a compreensão do ciclo de vida das estrelas na Via Láctea.

As gigantes vermelhas são objetos frios e brilhantes que ocorrem no fim do ciclo de evolução estelar. Os astrônomos já haviam previsto a existência de gigantes vermelhas “em miniatura” e, agora, a equipe da universidade australiana acaba de confirmar sua existência. “Fomos extremamente sortudos em encontrar cerca de 40 gigantes vermelhas ‘em miniatura’, escondidas em um mar de estrelas normais”, disse Yaguang Li, autor principal do estudo.

Continua após a publicidade

Eles descobriram as estrelas em dados de arquivo do telescópio espacial Kepler, aposentado em 2018. Durante seu período de operação, o observatório ficou apontado para a constelação Cygnus, o Cisne, coletando medidas da variação de brilho em dezenas de milhares de estrelas gigantes vermelhas. Para determinar as propriedades delas, os autores trabalharam com a asterosismologia, o estudo das vibrações estelares.

Na asterosismologia, ondas de rádio revelam informações que vão além da temperatura de superfície e luminosidade das estrelas. “As ondas penetram o interior estelar, nos dando informações ricas sobre outra dimensão”, explicou Li. Desta forma, eles conseguiram determinar as etapas evolutivas das estrelas, massas e o tamanho delas, mas notaram algo estranho: duas delas eram de tipos diferentes do comum.

As gigantes vermelhas encontradas

Um dos tipos que chamou a atenção da equipe incluía estrelas gigantes vermelhas “encolhidas”, com até 0,7 massa solar. Considerando o tamanho típico de uma gigante vermelha, que pode chegar a 8 massas solares, eles acreditam haver duas possíveis explicações para o tamanho delas: uma possibilidade seria uma perda de massa gradual, mas isso seria impossível, já que o processo levaria um tempo maior que a idade do universo. No cenário mais provável, alguma anã branca por perto teria capturado massa de sua vizinha.

Continua após a publicidade

O segundo tipo pouco usual envolvia estrelas com massa e brilho menores do que o apresentado por modelos. Estas estrelas são raras (somente sete delas foram encontradas nos dados do telescópio Kepler), e a falta de explicação aparente para a perda de massa por processos físicos normais levou os pesquisadores a concluir que, novamente, deve haver alguma companhia oculta “roubando” massa delas.

Hoje, sabe-se que a maioria das estrelas faz parte de sistemas binários, formados por duas estrelas gravitacionalmente ligadas; quando elas estão bem próximas e se expandem, o material de uma pode alcançar a esfera gravitacional da outra, sendo arrancado. Assim, a equipe acredita que os resultados abrem novas possibilidades para estudos da evolução dos sistemas binários, após processos de transferência de massa.

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Astronomy.

Continua após a publicidade

Fonte: Nature Astronomy; Via: University of Sydney, Space.com