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Astronautas podem usar ar de Marte para produzir combustível de foguetes por lá

Por| Editado por Patricia Gnipper | 24 de Setembro de 2021 às 18h30

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Unplash/Mike Kiev
Unplash/Mike Kiev

Uma equipe de engenheiros da University of Cincinnati, dos Estados Unidos, está trabalhando em uma forma de converter os gases do efeito estufa em combustível. Isso poderá nos ajudar a lidar com os efeitos das mudanças climáticas e até aproveitar o dióxido de carbono da atmosfera marciana para produzir combustível, o que permitiria economizar metade do combustível que levado na viagem. 

Junto de seus alunos, Jingjie Wu, professor assistente de Ciências Aplicadas na universidade, utilizou um catalisador de carbono em um reator para converter o dióxido de carbono em metano através de um processo conhecido como Reação de Sabatier. Trata-se do mesmo processo usado na Estação Espacial Internacional (ISS), em que o dióxido de carbono exalado pelos astronautas é usado para produzir combustível que mantém a estação em órbita. 

Como a atmosfera de Marte é formada quase totalmente pelo composto, os astronautas poderiam economizar metade do combustível para a viagem de volta, porque poderiam produzir o restante necessário quando chegassem ao planeta. Assim, os gases presentes no Planeta Vermelho funcionariam como um “posto de gasolina” por lá. “Você poderia facilmente bombear o dióxido de carbono para o reator e produzir metano para um foguete”, explicou Wu. 

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Além disso, a conversão do dióxido de carbono poderá se tornar ainda mais necessária nos próximos anos. Wu começou a estudar esse processo há aproximadamente uma década, notando que os gases do efeito estufa vão se tornar um grande problema para a sociedade. Como o presidente Joe Biden estabeleceu o objetivo de alcançar uma redução de 50% na emissão de gases poluentes, ele acredita que será preciso reciclar o dióxido de carbono. Então, junto de alunos e de Tianyu Zhang, autor líder do estudo, eles começaram a testar diferentes catalisadores que possam aumentar o rendimento do metano. 

Os alunos usaram vários catalisadores para produzir não somente metano, mas etileno utilizado na produção de plásticos, borracha, roupas sintéticas e outros itens. Além de ajudar na mitigação das mudanças climáticas, o processo gera combustível como subproduto e está 100 vezes mais eficiente do que era há 10 anos — para Wu, a síntese de combustível a partir do dióxido de carbono fica ainda mais viável economicamente quando combinada com a energia renovável. 

Ele acredita que esse excesso de energia desperdiçada atualmente pode ser armazenada em produtos químicos. No futuro, os avanços na produção de combustível a partir do dióxido de carbono o deixam confiante de que humanos vão conseguir ir a Marte. “No momento, se você quiser voltar de lá, precisará trazer o dobro de combustível, que fica muito pesado”, explicou. “Futuramente, você precisará de outros combustíveis; assim, podemos produzir metanol a partir do dióxido de carbono e usá-lo para produzir outros materiais e, talvez, um dia possamos viver em Marte”.

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O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista Nature Communications.

Fonte: University of Cincinnati