Astronautas na ISS agora podem ter consultas médicas por meio de "hologramas"
Por Daniele Cavalcante | Editado por Rafael Rigues | 14 de Abril de 2022 às 09h10
A telemedicina no espaço ganhou um novo aliado: o “holotransporte”, que leva virtualmente médicos para a Estação Espacial Internacional (ISS) para avaliar os tripulantes por meio da realidade aumentada da Microsoft.
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Com a câmera Microsoft Hololens Kinect e um computador com software personalizado da Aexa, os astronautas podem conversar com imagens “holográficas”. A primeira conversa bidimensional através dessa tecnologia foi feita entre o astronauta Thomas Pesquet e o Dr. Josef Schmid.
Também participaram do encontro o CEO da Aexa Fernando De La Pena Llaca e outros membros da equipe — RIhab Sadik, Dr. Joe Schmid, Kevin Bryant, Mackenzie Hoffman e Wes Tarkington. Todos eles conversaram com Pesquet em tempo real, como se estivessem no mesmo lugar.
Para a equipe médica em solo, a impressão é oposta — usando o Hololens, eles enxergam o paciente como se ele estivesse no consultório, por exemplo. Esse tipo de consulta deve ajudar os astronautas a manter a saúde em dia não apenas na ISS, como também nas futuras missões para a Lua ou Marte.
O potencial da comunicação com o Hololens é grande e os primeiros contatos com a tripulação da ISS mostram resultados promissores. A estação orbital viaja a 27.700 km/h na órbita terrestre, a uma altitude média de 408 km acima da superfície do planeta. Mesmo assim, o sistema é eficaz em criar o ambiente de realidade aumentada.
A NASA planeja ampliar o sistema para as futuras missões e encarar o problema da distância entre mundos como Marte, que apesar de nosso vizinho é longe o bastante para haver atrasos de até 20 minutos entre uma mensagem enviada e a resposta obtida, mesmo com os sinais viajando à velocidade da luz, o que pode ser um problema para astronautas que necessitarem de um atendimento rápido.
Na melhor das hipóteses, a comunicação com astronautas em Marte pode se tornar mais rápida quando ambos os planetas estão em seu máximo ponto de aproximação, coisa que acontece uma vez a cada dois anos. Nesses casos, a distância pode diminuir para 54,6 milhões de km, permitindo um atraso de "apenas" 3,2 min para receber uma mensagem, e 6,4 min para obter a resposta.
Mesmo assim, a NASA está otimista em seus planos de reduzir ainda esses atrasos com novos sistemas de transmissão de dados. Os planos são usar o Hololens para telemedicina “para conferências médicas privadas, conferências psiquiátricas privadas, conferências familiares privadas e para levar VIPs à estação espacial para visitar os astronautas”, segundo a NASA.
Fonte: NASA