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As melhores imagens de Mercúrio feitas pela sonda BepiColombo

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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ESA/BepiColombo/MTM
ESA/BepiColombo/MTM

A missão BepiColombo completou com sucesso mais um sobrevoo por Mercúrio, a quarta das seis manobras de assistência gravitacional pelo planeta. Durante a visita, a sonda da Agência Espacial Europeia e da JAXA, a agência espacial do Japão, tirou novas fotos das crateras que cobrem a superfície do pequeno mundo rochoso. 

A aproximação máxima aconteceu na quarta (4), às 18h48 no horário de Brasília, quando a sonda ficou a cerca de 165 km da superfície do planeta. A passagem marcou a primeira vez em que uma espaçonave conseguiu observar com clareza o polo sul de Mercúrio. 

“O principal objetivo do sobrevoo era reduzir a velocidade da BepiColombo em relação ao Sol, de modo que a espaçonave tivesse um período orbital ao redor do Sol de 88 dias, muito próximo ao período orbital de Mercúrio”, explicou Frank Budnik, gerente de dinâmica de voo da BepiColombo.

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As fotos tiradas durante o encontro mostram a superfície do planeta em três ângulos diferentes. Quatro minutos após a aproximação máxima, os instrumentos da BepiColombo flagraram uma grande bacia de impacto com um pico. Crateras assim foram formadas por colisões de asteroides e cometas, e são chamadas de “bacias de anéis com picos” porque têm um anel interno. 

A maior cratera registrada pela missão foi chamada de Vivaldi, uma homenagem ao compositor italiano Antonio Vivaldi. A formação tem diâmetro de 210 km e o anel do seu pico tem uma espécie de lacuna; provavelmente, a abertura ali foi formada por algum fluxo de lava mais recente, que preencheu o interior da cratera.  

Poucos minutos depois, a sonda flagrou uma bacia com 155 km de diâmetro. A formação recebeu o nome Stoddart em homenagem a Margaret Olrog Stoddart, artista da Nova Zelândia conhecida por suas pinturas de flores. O interior da cratera tem vestígios de outra com 16 km de diâmetro, que deve ter sido formada no interior da cratera original.

“As bacias de anéis de picos de Mercúrio são fascinantes porque muitos aspectos de como elas se formaram ainda são um mistério. Presume-se que os anéis resultaram de algum tipo de processo de rebote durante o impacto, mas as profundidades das quais eles foram erguidos ainda não estão claras”, acrescentou David Rothery, membro da equipe de imagens do instrumento M-CAM, da BepiColombo. 

Missão BepiColombo

Estas fotos são algumas das melhores já capturadas pela BepiColombo, revelando uma superfície marcada por 4,6 bilhões de anos de impactos de cometas e asteroides. Mas vale lembrar que elas são como um bônus: as fotos foram feitas pelas M-CAMS, câmeras que não foram criadas para fotografar o planeta, mas sim a espaçonave. 

A câmera científica principal da missão está protegida durante a jornada ao planeta. A BepiColombo deve entrar na órbita de Mercúrio em 2026, e somente aí o dispositivo vai entrar em ação, tirando fotos em alta resolução.

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Já em 2027, a fase científica principal da missão vai começar. Nesta etapa, seus instrumentos vão coletar dados que vão ajudar os cientistas a entender melhor a origem e evolução deste planeta tão próximo do nosso Sol. 

Não pense que os cientistas vão esperar até lá. Na verdade, o trabalho começou neste sobrevoo: muitos dos instrumentos da sonda foram ativados durante a passagem, coletando dados do campo magnético, do plasma e das partículas ao redor da espaçonave em locais que não vão mais ser acessíveis quando ela entrar na órbita do planeta.

Os próximos sobrevoos da BepiColombo devem acontecer em 1º de dezembro e 8 de janeiro, deixanodo-a cada vez mais alinhada com a órbita do planeta. 

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Fonte: ESA