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Aluna de 17 anos faz descoberta surpreendente sobre estrelas de nêutrons

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  |  • 

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NSF/LIGO/Sonoma State University/A. Simonnet
NSF/LIGO/Sonoma State University/A. Simonnet

Uma estudante norte-americana de 17 anos estava estudando as ondas gravitacionais produzidas pela colisão entre um buraco negro e uma estrela de nêutrons, quando descobriu uma nova informação sobre elas. A revelação de Christine Ye, aluna da Eastlake High School, em Seattle, a levou ao primeiro lugar do concurso nacional Regeneron Science Talent Search.

Ao ingressar no ensino médio, Ye logo se interessou por astronomia, especialmente quando apresentou um projeto em uma feira de ciências de sua região. Mas a jovem estudante queria se debruçar ainda mais sobre o assunto que a levou ao primeiro lugar da competição científica nacional.

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Posteriormente, ela conheceu um grupo de cientistas da Universidade de Washington que havia trabalhado com o Observatório Nanohertz para Ondas Gravitacionais da América do Norte (NANOGrav, na sigla em inglês). Então, Ye começou a analisar os dados do observatório.

Seu trabalho inicial consistia em analisar os volumes de dados de observações de ondas gravitacionais, mas quanto mais Ye se dedicava a isso, mais ela se percebia prestando atenção a um objeto de grande interesse para a astrofísica: as estrelas de nêutrons e pulsares, variações dessas estrelas.

Embora os observatórios de ondas gravitacionais sejam focados em buracos negros, eles também conseguem observar as estrelas de nêutrons. O problema é que esses "cadáveres" de estrelas (como são conhecidas as estrelas de nêutrons) são bem menos massivos que os buracos negros.

Caçando ondas gravitacionais

Portanto, quando as estrelas de nêutrons colidem entre si, as ondas gravitacionais desse evento não são fortes o suficiente para serem detectadas com facilidade a partir da Terra. A partir dos dados, Ye começou a simular a evolução de sistemas de estrelas binárias.

Assim, ela poderia observar se, ao final de sua vida, cada uma do par de estrelas se tornaria um buraco negro e uma estrela de nêutrons que poderiam, eventualmente, colidir entre si. O objetivo de Ye era descobrir, nas simulações, as mesmas ondas gravitacionais observadas anteriormente por astrofísicos.

Estrelas de nêutrons são objetos extremamente massivos, mas nem chegam perto do quão massivo é um buraco negro. Essa diferença é chamada pelos astrofísicos de “lacuna de massa” — qualquer objeto com uma massa localizada nesse vão é de grande interesse observacional.

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Ao simular colisões de estrelas de nêutrons com buracos negros, Ye fez as estrelas girarem velozmente (como fazem os pulsares). Então ela descobriu que, quando a estrela de nêutrons gira, ela pode ser mais massiva do que outras estrelas desse tipo já conhecidas, colocando-a na lacuna de massa.

A descoberta está em fase de revisão por especialistas e será publicada em algum periódico científico. Enquanto isso, Ye espera que os astrofísicos observem mais de um evento desse tipo por vez. Ao Space.com, ela disse que se surpreendeu como a astronomia moderna não se resume a apenas a olhar o céu através de um telescópio.

Fonte: Space.com