Alinhamento de galáxias distantes ajuda no estudo da energia escura
Por Daniele Cavalcante • Editado por Patricia Gnipper |

As teorias de Albert Einstein sobre a gravidade foram mais uma vez confirmadas, dessa vez em um estudo inovador sobre o alinhamento de galáxias distantes. Os autores também confirmaram que esses alinhamentos podem servir como uma espécie de rastreador da matéria escura e energia escura em grandes escalas.
Uma equipe internacional de pesquisadores reuniu dados de 1,2 milhão de galáxias a mais de dezenas de milhões de anos-luz de distância e demonstrou que a distribuição delas em escalas cósmicas está sujeita aos efeitos gravitacionais da matéria escura. Isso está de acordo com as previsões da relatividade geral de Einstein.
Para isso, foram analisadas as posições e orientações das galáxias, obtidas pelo Sloan Digital Sky Survey (SDSS) e pelo Baryon Oscillation Spectroscopic Survey. As posições em dados tridimensionais e informações sobre a forma de cada galáxia foram usados para medir o alinhamento intrínseco em relação às vizinhas distantes.
Isso foi suficiente para determinar o quanto a orientação das galáxias está alinhada. “Também medimos com sucesso a taxa na qual a distribuição das galáxias gradualmente se torna mais densa devido à gravidade, o que é consistente com a teoria da relatividade geral”, disse Teppei Okumura, principal autor do estudo.
Além de confirmar as ideias de Einstein, a pesquisa também representa as primeiras restrições cosmológicas da expansão do universo por meio de galáxias observadas pelo SDSS. Os resultados forneceram um aumento da restrição da taxa de expansão em 19%, se comparado com as restrições que não utilizam os alinhamentos intrínsecos entre as galáxias.
Para os pesquisadores, “isso indica um potencial de que a contribuição das estatísticas de alinhamentos intrínsecos pode ser ainda mais aprimorada, adotando uma ponderação ideal para galáxias mais brilhantes”.
Esse trabalho é apenas um primeiro passo no estudo da matéria e energia escuras do universo, mas é um passo muito promissor. Agora, eles pretendem trabalhar em um novo artigo científico para demonstrar um aprimoramento, adicionando outros elementos importantes como as oscilações acústicas bariônicas (BAOs) observadas nas distribuições de galáxias.
O estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters.
Fonte: The Astrophysical Journal Letters, Universidade de Kyoto