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Aglomerados nascidos no início do universo ditaram como as galáxias evoluíram

Por  • Editado por  Patricia Gnipper  | 

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ESO/M. Kornmesser
ESO/M. Kornmesser

Astrônomos estudaram um proto-aglomerado de galáxias localizado a 11 bilhões de anos-luz de distância, descobrindo algumas informações importantes sobre como essas estruturas colossais se formaram, e o papel delas na “construção” do próprio universo. O proto-aglomerado se chama PHz G237.01+42.50 e, segundo os cálculos, cerca de 20% de suas galáxias estão ativas, isto é, possuem um buraco negro supermassivo se alimentando e emitindo radiação.

Além disso, o núcleo do aglomerado tem uma porcentagem maior de galáxias ativas, e estas apresentam taxas de formação de estrelas mais altas do que o aglomerado geral. Isso implica que as condições ambientais são importantes para crescimento das galáxias, ou seja, os aglomerados onde elas nascem, e a região do aglomerado onde estão, é o que faz com que essas galáxias sejam o que são.

Eles também compararam PHz G237.01+42.50 a outros proto-aglomerados na mesma distância e descobriram ele é, na verdade, bastante comum em muitos aspectos. Sim, o fato de ter massa suficiente para fazer cerca de 500 trilhões de estrelas como o Sol, é bem típico para um aglomerado de galáxias de tamanho razoável, como este. Ele produz algo entre 4.000 e 10.000 vezes a massa do Sol a cada ano, o que também não surpreende.

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Mas essas descobertas são muito interessantes porque confirmam o que os astrônomos já suspeitavam sobre a formação das galáxias no início do universo. Lembre-se que, se ele está a 11 bilhões de anos-luz de distância, significa que os astrônomos estão olhando para uma época em que o universo tinha pouco mais de três bilhões de anos. Então, ver como esse proto-aglomerado funciona é compreender um pouco melhor como as próprias galáxias se organizaram quando o cosmos era jovem.

Ainda não se sabe exatamente como os aglomerados colossais nasceram, e como suas formações são afetadas pelo local onde estão. Existem aglomerados bem mais próximos de nós — a própria Via Láctea é parte de um aglomerado — mas olhar para perto não significa que há mais informações para se obter. Para entender como eles surgiram, estudar o passado é fundamental.

Por enquanto, os astrônomos supõem que os aglomerados se formam já enormes, a partir de nuvens de gás descomunais que se formaram ao longo de uma estrutura de matéria escura, que por sua vez pode ter centenas de milhões de anos-luz de comprimento. Isso significa que as galáxias que fazem parte deles se formam junto com os próprios aglomerados, algumas crescendo muito rapidamente desde cedo.

Além disso, parece haver dois sub-proto-aglomerados no objeto PHz G237.01+42.50, de acordo com os estudos. Eles são grupos menores, provavelmente conectados entre si — um a cerca de 10,65 e o outro a cerca de 10,7 bilhões de anos-luz de nós. A diferença de apenas 50 milhões de anos-luz é condizente com a distância de aglomerados fisicamente conectados.

Algumas perguntas ainda permanecem “no ar”. Por exemplo, as galáxias no núcleo de um aglomerado são as mais ativas, como vimos neste estudo. Mas elas se tornam ativas depois da formação da estrutura, ou são ativas justamente porque estão no núcleo? Ou melhor, elas estão no núcleo por serem ativas, ou se tornaram ativas por causa do ambiente no núcleo?

Parece que a última opção é mais provável, se considerarmos que os proto-aglomerados têm diferentes porcentagens de galáxias starbursts (que formam estrelas em taxa excessivamente alta, consumindo todo o gás disponível) e aquelas que estão extintas (que não formam muitas estrelas, ou nenhuma). Isso implica que as condições ambientais nos aglomerados jovens determinam como as galáxias crescem e evoluem, mas ainda há muito estudo pela frente para uma resposta definitiva.

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Fonte: Universidade do ArizonaAstronomy & Astrophysics; via: Bad Astronomy