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Proto-aglomerado de galáxias do início do universo produz mil "sóis" por ano

Por| Editado por Patricia Gnipper | 03 de Novembro de 2021 às 12h30

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Wikimedia Commons
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Uma estrutura de 11 bilhões de anos, observada em janeiro deste ano com algumas hipóteses sobre sua natureza, acaba de ser confirmada por uma equipe internacional de astrônomos. Trata-se de um proto-aglomerado de galáxias, ou seja, um objeto em desenvolvimento para se tornar um superaglomerado de galáxias.

Os pesquisadores observaram o G237 pela primeira vez através de observações no infravermelho distante, com o telescópio Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA). Para confirmar o estudo preliminar, foi usar o Grande Telescópio Binocular no Arizona e o Telescópio Subaru no Japão, além de dados do Observatório Espacial Herschel e o Telescópio Espacial Spitzer.

Algumas coisas observadas no primeiro momento intrigaram os cientistas. Por exemplo, a taxa de criação de estrelas no proto-aglomerado estava muito mais elevada do que o esperado, 10.000 vezes superior à da Via Láctea. Todas as 63 galáxias descobertas até então nesta estrutura parecia uma fábrica trabalhando “em hora extra para montar estrelas", disseram os autores. O cenário era insustentável, considerando a quantidade de hidrogênio na região.

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Após as observações subsequentes, os pesquisadores descobriram que parte dessa produção extrapolada de estrelas era proveniente de galáxias não relacionadas ao G237. Contudo, mesmo removendo toda a atividade que não fazia parte do proto-aglomerado, a produção estelar permaneceu alta, com 1.000 massas solares por ano. Os cientistas cogitam que essa estrutura estava extraindo o hidrogênio necessário de filamentos — fios de gás que ligam galáxias formando a teia cósmica. O G237 e outros proto-aglomerados como eles surgiriam onde os filamentos se cruzam.

Estudos sobre o objeto ainda não estão concluídos. "Estamos no processo de analisar mais observações sobre este e outros proto-aglomerados com o objetivo de rastrear o gás que dá origem a essas estrelas recém-formadas e alimenta os buracos negros supermassivos, para determinar sua origem e explicar a atividade extraordinária observada”, disse Mari Polletta, do Instituto Nacional de Astrofísica em Milão, Itália, principal autora do artigo — publicado na revista Astronomy & Astrophysics.

Fonte: Universidade do Arizona