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Agência Espacial Europeia seleciona o temas das missões das próximas décadas

Por| Editado por Patricia Gnipper | 11 de Junho de 2021 às 10h56

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ESA/Science Office
ESA/Science Office

Nesta semana, a Agência Espacial Europeia (ESA) selecionou os temas das futuras missões do programa Voyager 2050. As missões científicas realizadas de 2035 a 2050 serão focadas nas luas dos planetas gigantes do Sistema Solar, em exoplanetas temperados e nos estudos do universo primordial. A seleção foi feita com base em ideias recebidas em 2019, e representa um momento de grande importância para o programa científico da ESA.

A ESA abriu um chamado em 2019 para receber ideias para o programa e recebeu quase 100 propostas, que foram divididas em temas. Depois, equipes de cientistas de diversas áreas da ciência espacial fizeram uma análise inicial das ideias e levaram as descobertas a um comitê sênior de ciência, que indicou temas para as próximas três missões de classe alta, identificou ideias para missões de classe média, com menor custo, e recomendou áreas para o desenvolvimento de tecnologias.

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Günther Hasinger, diretor de ciência na ESA, comentou que a seleção dos temas é um momento essencial para o programa de ciência da agência espacial e para as próximas gerações de cientistas espaciais e engenheiros: “agora que o Cosmic Vision tomou forma, com um plano claro para as missões até a metade da década de 2030, precisamos começar a planejar a ciência e a tecnologia que iremos precisar para as missões que queremos lançar”, disse. “É por isso que estamos definindo hoje os temas científicos do plano do programa Voyage 2050".

O comitê do Voyage 2050 levantou temas relacionados a todas as áreas da ciência espacial, mostrando o potencial científico que pode ser alcançado nos limites de custos das missões de classe média. Assim, o planejamento antecipado e de longo prazo é essencial para garantir o sucesso dos planos da ciência espacial — principalmente no caso das grandes missões, que exigem desenvolvimento tecnológico durante vários anos. Por isso, é importante definir a tecnologia necessária com antecedência.

Confira as três prioridades definidas para as futuras missões de classe alta:

Luas dos planetas gigantes

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Para entendermos o surgimento da vida, é essencial analisar a possível habitabilidade dos planetas do Sistema Solar. Assim, aproveitando o legado da missão Cassini-Huygens, lançada rumo a Saturno, bem como o retorno esperado da futura Jupiter Icy moons Explores, uma missão com destino ao Sistema Solar externo e equipada com instrumentos avançados, pode estudar a conexão entre as luas dos planetas, com oceanos em seus interiores, e os ambientes próximos da superfície — e, quem sabe, buscar possíveis bioassinaturas. O perfil desta missão pode incluir um drone ou um lander.

Dos exoplanetas temperados à Via Láctea

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Nossa galáxia é formada por centenas de milhões de estrelas e planetas, além da matéria escura e interestelar. Entretanto, nosso entendimento desse ecossistema é limitado, e é essencial compreender a história de formação da Via Láctea e de suas regiões “ocultas” para os astrônomos entenderem as galáxias em geral. Em paralelo, a caracterização dos exoplanetas temperados através do espectro da emissão térmica, vinda das atmosferas deles, pode contribuir para estudos das condições de superfície para a ocorrência da vida.

Novos estudos do universo primordial

Ainda não sabemos exatamente como o universo começou e nem como as primeiras estruturas cósmicas e buracos negros surgiram e evoluíram, mas essas perguntas fundamentais podem ser respondidas por missões com novas sondas; a ideia é que elas detectem ondas gravitacionais com alta precisão ou com uma nova janela espectral, ou pela espectroscopia de alta precisão da radiação cósmica de fundo, que restou do Big Bang. Esse tema retoma a ciência produzida pela missão Planckand e do retorno esperado da missão LISA, e pode aumentar os avanços feitos na instrumentação para, assim, permitir grandes descobertas.

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Fonte: ESA