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A estrela T. Coronae Borealis vai explodir. Mas quando?

Por  • Editado por Luciana Zaramela | 

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Aaron M. Geller, Northwestern University
Aaron M. Geller, Northwestern University

Já sabemos que o sistema estelar T. Coronae Borealis explodiu pela última vez na década de 1940, o que sugere que o próximo evento deve acontecer neste ano. Mas, afinal, quando de fato deve ser a explosão? Bem, para especialistas, é difícil saber ao certo. 

Gerard Van Belle, diretor de ciência no Observatório Lowell, nos Estados Unidos, explicou que as previsões na astronomia costumam ser de dois tipos. “Um é superpreciso — digamos, o eclipse vai aparecer sobre a cidade de Houston exatamente às 11h35”, sugeriu.

“Outras previsões são assim, como quando dizemos ‘bom, vai explodir em alguma hora entre maio e setembro. Talvez um pouco fora desta janela’”, acrescentou. 

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É possível estimar este intervalo porque os astrônomos já sabem como foram os eventos que levaram à última explosão de T. Coronae Borealis, em 1946. O diretor conta que, na época, o brilho do objeto diminuiu um pouco e causou uma mudança pequena, mas perceptível, em sua curva de luz. 

Depois, a estrela explodiu. “Vimos o mesmo processo com esse objeto recentemente, durante o último ano ou ano e meio, mais ou menos. Por isso, esperamos que ele esteja chegando a esse ponto", acrescentou Van Belle.

Além disso, vários instrumentos de alta precisão estão analisando a estrela T. Coronae Borealis para acompanhar os processos que indicam a ocorrência da explosão. "Mas também é interessante o fato de não precisarmos de nada se quisermos sair e ver essa coisa. Na última vez, em 1946, atingiu a magnitude 3 e, antes disso, em 1866, teve magnitude 2. A magnitude 2 é quase tão brilhante quanto Polaris, a Estrela do Norte", disse.

Como vai ser a explosão da estrela 

Na verdade, T. Coronae Borealis é um sistema estelar binário formado por duas estrelas. Uma delas é uma anã branca, e a outra, uma gigante vermelha. “No caso das gigantes, o que acontece é que as partes externas eventualmente são empurradas para o espaço externo. O que sobra é o núcleo da estrela, a anã branca”, explicou ele. 

As anãs brancas são densas e quentes; como não há mais fusão nuclear, elas são escuras. Normalmente, elas são bastante tranquilas — mas não em T. Coronae Borealis. “A estrela companheira está na fase de gigante vermelha, na qual está inchada. Suas partes externas estão sendo liberadas e empurradas para o espaço. O material que está saindo da gigante vermelha está agora caindo sobre a anã branca”, descreveu o diretor. 

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Em algum momento, o acúmulo de matéria vai levar a anã branca à detonação. Quando acontecer, o fenômeno vai ser do tipo nova, uma explosão cósmica que, diferentemente das supernovas, não vai destruir a anã branca e nem a gigante vermelha. 

Eventos do tipo são extremamente energéticos, sendo também os responsáveis por transformar elementos leves (como o hidrogênio) em pesados. "Esse tipo específico de objeto produz a maior parte do lítio que temos. As baterias de nossos celulares e outras coisas vieram de explosões como essa, que é uma nova recorrente”, acrescentou ele.

Fonte: ArsTechnica