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A atmosfera de Plutão está diminuindo. Por que isso acontece?

Por| Editado por Patricia Gnipper | 05 de Outubro de 2021 às 15h20

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NASA, Johns Hopkins Univ./APL, Southwest Research Inst.
NASA, Johns Hopkins Univ./APL, Southwest Research Inst.

Astrônomos aproveitaram uma ocasião em que Plutão passou na frente de uma estrela, na noite de 15 de agosto de 2018, para observar como a atmosfera do planeta anão estava se comportando. Esse método é utilizado desde 1988 para acompanhar os efeitos atmosféricos de lá, mas algo diferente foi constatado: a densidade da atmosfera está diminuindo.

Para essa observação, uma equipe de astrônomos implantou telescópios em vários locais nos Estados Unidos e no México, e esperou o momento em que a estrela desapareceria atrás do objeto. Momento antes da ocultação, a luz estelar atravessa a atmosfera do planeta antes de chegar às lentes dos instrumentos científicos na Terra. Assim, essa luz alterada pelos "ares" plutonianos apresenta um perfil diferente nos gráficos dos cientistas.

Esses gráficos servem como evidências para determinar a composição da atmosfera e a quantidade de cada elemento naquele espaço, ou seja, a densidade. Desde 1988 até as medições sem precedentes feitas pela missão New Horizons, em 2015, os astrônomos viram a atmosfera de Plutão ganhando o dobro de volume a cada década, mas dessa vez a história foi diferente.

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De acordo com os dados coletados na ocultação da estrela, que durou cerca de dois minutos, a abundância atmosférica geral está começando a desaparecer. Isso acontece porque ela volta a cair na superfície do planeta anão, congelando em seguida. Isso foi verificado através de um perfil na luz da ocultação em formato de W, indicando que, no meio do processo, um "flash" da luz eclipsada acabou "escapando". 

A composição da atmosfera de Plutão é dominada pelo nitrogênio e sustentada pela pressão de vapor de seus gelos superficiais. Isso significa que pequenas mudanças na temperatura da superfície congelada do planeta anão resultariam em grandes mudanças na densidade de sua atmosfera. Mas o que teria causado essas mudanças na temperatura? A resposta é simples: a distância do Sol. 

Plutão leva 248 anos terrestres para completar uma volta completa em torno do Sol, em uma trajetória elíptica, ou seja, em formato oval. Isso significa que sua distância do Sol varia, com o ponto mais próximo calculado em cerca de 30 unidades astronômicas do Sol (1 UA é a distância da Terra ao Sol) e o ponto mais distante em 50 UA. Ou seja, Plutão pode ficar 50 vezes mais distante do Sol do que a distância média entre a Terra e nossa estrela.

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Já faz pelo menos 25 anos que Plutão está se afastando do Sol, mas só agora os efeitos desse distanciamento estão aparecendo em sua atmosfera. Os astrônomos atribuem isso a um efeito de conservação de calor, assim como a areia de uma praia é mais quente no final da tarde, mesmo com o Sol mais fraco, por causa do acúmulo de calor durante todo o dia. 

As descobertas ajudarão os cientistas a melhorar a compreensão sobre as camadas de gelo em Plutão, em especial as possíveis composições que correspondam aos mecanismos de transferência de calor. Em última análise, isso ajudará a criar modelos atmosféricos mais precisos para as simulações que envolvem o planeta anão. 

Fonte: Science Daily, Southwest Research Institute