4º planeta fofo como algodão-doce é descoberto em sistema que parecia ter só 3
Por Danielle Cassita • Editado por Luciana Zaramela |

O telescópio James Webb revelou o quarto planeta em um sistema de mundos de baixa densidade, tão fofos quanto algodão-doce. O novo integrante foi encontrado ao redor da estrela Kepler-51, localizada a 2.615 anos-luz da Terra na constelação de Cygnus, o Cisne.
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Este integrante do sistema foi encontrado quando pesquisadores estavam analisando Kepler-51d, outro planeta que orbita a estrela, e notaram algo estranho: Kepler-51d pareceu passar à frente do astro duas horas antes do estimado!
“Ficamos realmente intrigados com o aparecimento precoce do Kepler-51d, e nenhum ajuste fino do modelo de três planetas poderia explicar uma discrepância tão grande”, recordou Kento Masuda, membro da equipe. “Somente a adição de um quarto planeta explicou essa diferença. Isso marca o primeiro planeta descoberto por variações de tempo de trânsito usando o JWST”, acrescentou ele.
Assim como seus vizinhos, o exoplaneta (nome dado àqueles que orbitam outras estrelas além do Sol) Kepler-51e é do tipo “super puff”, nome dado aos mundos com densidade parecida com a do algodão doce. Por isso, este pode ser um dos sistemas planetários mais leves já encontrados.
Jessica Libby-Roberts, coautora do estudo, explica que planetas com massa e densidade tão baixas assim são incomuns. “Os três planetas previamente conhecidos orbitando a estrela, Kepler-51, têm tamanho parecido com o de Saturno, mas apenas algumas vezes a massa da Terra, resultando em densidades como a do algodão-doce”, disse.
Após ajustar os modelos do sistema Kepler-51 para considerar também o novo mundo, os pesquisadores precisaram reduzir as massas esperadas dos outros planetas, mas se depararam com novas perguntas sobre a origem do sistema. “Planejamos usar o James Webb para estudar um deles para responder estas perguntas, mas agora temos que explicar um quarto planeta de baixa massa no sistema!”, acrescentou Libby-Roberts.
Como Kepler-51e tem órbita de 264 dias, eles vão solicitar mais tempo de observação antes de definirem com maior certeza como a gravidade do novo planeta afeta seus vizinhos. “Continuar as observações das variações do tempo de trânsito pode nos ajudar a descobrir planetas mais distantes das suas estrelas, e pode contribuir para a nossa busca por planetas com potencial para abrigar vida”, finalizou Libyy-Roberts.
O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Astronomical Journal.
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Fonte: Space.com