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Será que as viagens espaciais dos filmes da Marvel funcionariam de verdade?

Por| 14 de Outubro de 2021 às 20h30

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O Marvel Studios conseguiu um feito incrível com o Universo Cinematográfico Marvel (MCU, na sigla em inglês): trazer as tramas compartilhadas entre vários personagens e, mais importante, mostrar que o misto de ciência e magia que acontece nas páginas das revistas também podem ter alguma verossimilhança com o que conhecemos e temos de tecnologia atualmente. E aí fica a pergunta: será que as viagens espaciais mostradas nos filmes e séries da Casa das Ideias funcionariam de verdade, na vida real?

Veja bem, entender os limites entre a ficção e realidade nos permite compreender como o que sabemos sobre ciência nos permite criar e fazer parte de um universo de histórias tão fantástico, especialmente na Marvel. A principal característica da Casa das Ideias são os “humanos querendo ser deuses”, usando seu conhecimento como se fosse um superpoder ou magia — o Homem de Ferro usa suas habilidades para inventar coisas de forma que você pode comparar com o soco de toneladas do Superman.

E uma das coisas que ajudou a Marvel a fazer o público “engolir” esse misto de ciência e tecnologia com ficção, foram as viagens espaciais. O Multiverso é a palavra da moda na Fase 4 do MCU, mas tudo começou com a possibilidade dos Vingadores deixarem a Terra, para que o estúdio pudesse explorar melhor outros mundos e realidades do Universo Marvel.

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Buracos de espaço-tempo são a melhor forma de viajar na Marvel

As primeiras viagens no espaço sideral mostradas no MCU aconteceram com Thor, em 2011. O público deixou a Terra para conhecer os Nove Reinos da mitologia nórdica, que na Marvel são planetas conectados à sagrada Árvore da Vida, ou Yggdrasil — sim, o Deus do Trovão é um “deus cósmico” na Casa das Ideias. Para transitar pelos outros oito mundos, os asgardianos usam sua ponte de arco-íris, conhecida como Bifrost.

Asgard é um mundo bastante avançado, que possui um cenário de fantasia que se mistura com tecnologia — ou ciência e magia, lembra do que falamos sobre a principal característica da Marvel? Pois então, o que os humanos chamariam de “bruxaria”, a cientista Jane Foster (Natalie Portman) chama de “buraco de minhoca” ou “ponte Einstein-Rosen“). Como a viagem da Bifrost para a Terra é quase instantânea, esse é o melhor palpite científico.

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Para conseguir que esse buraco de minhoca abra e sirva como um portal, seria necessário uma grande quantidade de energia. E o próprio majestoso local onde fica a Bifrost parece ser um hub, capaz de reunir o montante necessário para promover a viagem por meio de uma estrutura que se parece com um canhão — é, literalmente, como rasgar um buraco no espaço-tempo e arremessar as pessoas por meio dele.

Outra coisa que confirma a ideia da Bifrost como um centro energético, é o fato de Loki tentar destruir Jötunheim, seu planeta natal que é habitado pelos Gigantes de Gelo, com uma explosão contínua de energia do canhão da ponte de arco-íris. Thor é obrigado a martelar a ponte e cortar a conexão de Asgard com os outros reinos.

Na sequência de filmes, vemos em Vingadores (2012), Loki tentando, novamente, abrir um buraco de espaço-tempo para promover a invasão alienígena de Thanos. A pontes Eistein-Rosen foram confirmadas nos filmes seguintes como a melhor forma de viagem instantânea pelo espaço no MCU, mesmo com a destruição da Bifrost. Em Vingadores: Guerra Infinita (2018), Heimdall consegue usar magia para transportar Bruce Banner sem uma fonte física de energia como o canhão da Bifrost. E, no mesmo longa, Thor consegue fazer algo semelhantes, graças às habilidades do seu martelo teleportador, o Stormbreaker. Ou seja, em termos de base científicas.

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Em Guardiões da Galáxia (2014), vemos os heróis na galáxia de Andrômeda em um cenário que mostra viagens especiais regulares, com diversos tipos de veículos. Então, os buracos de minhoca passaram a ser não somente uma locomoção veloz, mas também uma forma de usá-los estrategicamente para surpreender os oponentes: em Vingadores: Guerra Infinita, usa o transporte instantâneo justamente para isso, assim como Thor, a partir do Stormbreaker.

A viagem espacial do MCU acompanha o que a trama necessita

Obviamente que a ficção dos filmes da Marvel usa a ciência de acordo com o que a trama precisa, e não necessariamente é fiel à realidade. Mas, com o tempo, algumas perguntas sobre aspectos específicos sobre a verossimilhança com a tecnologia real começaram a pipocar, e os diretores também começaram a prestar mais atenção a isso.

Em Guardiões da Galáxia Vol. 2 (2017), o diretor explicou melhor como funciona o trânsito das grandes naves que cruzam Andrômeda. Aparentemente, civilizações exploradoras do espaço construíram uma espécie de rodovia com “pontos de salto”, que pode até mesmo conectar os veículos a galáxias diferentes e seriam como uma espécie de buraco de minhoca. Essa “estrada” é demarcada, inclusive com recomendações — aliás, um dos momentos cômicos do filme brinca justamente com o uso inadequado da marcação de “ponto de salto”.

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Outra forma de viajar pelo espaço no MCU é com o uso de algo que possa mover um objeto a uma velocidade insanamente rápida. Na trama de Capitã Marvel (2019), vemos que a NASA, a SHIELD e o governo dos Estados Unidos tentavam fazer justamente isso com o projeto PEGASUS, que tinha como objetivo construir um motor que operava à velocidade da luz e era movido pelo Tesseract, um cubo cósmico que possuía os poderes da Joia do Espaço. 

Na trama de Capitã Marvel, esse projeto viabilizaria uma maneira do povo Skrull deixar a guerra contra os Kree e encontrar um novo lar fora da “rodovia galáctica” mapeada — lembra as regras estabelecidas em Guardiões da Galáxia? Acontece que a piloto Carol Danvers absorve a energia do motor movido a Tesseract, transformando-se na heroína do título.

Isso “explica”, posteriormente, como a Capitã Marvel é um ser único, pois, diferente das viagens espaciais vistas anteriormente no MCU, ela pode, sem fontes externas de propulsão ou energia, voar por força própria à velocidade da luz. Assim, ela pode visitar mundos fora do “sistema de estradas espaciais”. E, embora ela alcance essa velocidade, a heroína, pelo menos ainda, não parece ser capaz de se mover instantaneamente, viajando por seus próprios buracos de minhoca. E isso também justifica o fato de ela se atrasar em momentos de emergência, como vimos em Vingadores: Ultimato (2019).

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E, cientificamente, dá para considerar que o fato de a Capitã Marvel, que estaria no MCU desde os anos 1990 com a mesma aparência, não envelhecer está ligado à teoria da relatividade de Einstein: o tempo é relativo, movendo-se "de maneira diferente para objetos em movimento em relação a objetos em repouso".

Fonte: Space.com