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O Céu da Meia-Noite: George Clooney e elenco falam sobre novo filme da Netflix

Por| 22 de Dezembro de 2020 às 11h44

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix
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Um dos últimos lançamentos de 2020 da Netflix é o filme O Céu da Meia-Noite, que conta com George Clooney não só no protagonismo, como também na direção. A trama, adaptada do romance Good Morning, Midnight, de Lily Brooks Dalton, é uma história que se passa tanto no espaço quanto na Terra, trazendo ciência, reflexões e sentimentos em uma única obra que desembarca na plataforma de streaming nesta quarta-feira, dia 23 de dezembro.

Em um mundo pós-apocalíptico, o nosso planeta se tornou praticamente inabitável, e Augustine, personagem de Clooney, um cientista renomado, faz de tudo para obter contato com uma equipe de astronautas e impedir que eles retornem ao planeta. Também fazem parte do elenco Felicity Jones, David Oyelowo, Kyle Chandler, Demián Bichir, Tiffany Boone e Caoilinn Springal.

O Canaltech teve a oportunidade de assistir ao filme em primeira mão e participar da coletiva de imprensa com o elenco principal para contar para você todas as novidades sobre o longa!

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Uma nova perspectiva de filmes sobre o espaço

O Céu da Meia-Noite traz muita tecnologia e elementos espaciais, mas ele conta com algumas peculiaridades que tornam a trama um pouco diferente do que já estamos acostumados a ver. Clooney diz que, antes de começar a trabalhar no filme, quis responder questões sobre o que o ser humano é capaz de fazer com o outro e com a humanidade.

O ator e diretor diz que ao longo dos últimos anos muitas pessoas vêm negando acontecimentos, como as mudanças climáticas e a ciência em geral, e que não é uma surpresa ver que a humanidade "vacilou" de diversas formas: "Para mim, a ideia foi ter uma conversa sobre o que nós somos capazes de fazer. Então, após terminarmos as filmagens, veio a pandemia e ficou claro que a história estava se desenvolvendo em nosso desejo de estar em casa, perto das pessoas que amamos e nos comunicarmos com elas".

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Felicity Jones, que já atuou em um filme relacionado ao espaço, Rogue One: Uma História Star Wars, em 2016, também falou sobre a nova proposta de tema dentro do tema. A atriz conta que o que sempre gostou em fazer filmes e ler roteiros é o fato de ter uma pequena percepção de problemas gigantescos, de fazer perguntas existenciais, como qual é o significado da vida, o que estamos fazendo aqui e qual é o nosso valor.

Não faltaram elogios sobre o talento e a experiência de George Clooney. David Oyelowo contou que as emoções que são sentidas no filme são de situações inusitadas, mas que aprenderam a tentar transparecer para o outro lado da tela que eles realmente eram astronautas profissionais e que entendiam os riscos que estavam correndo. Kyle Chandler também disse que Clooney queria que eles dessem mais que o máximo de seus talentos nas gravações, mas que também fazia questão que todos estivessem relaxados e que aproveitassem o momento. "Quando ele (Clooney) está trabalhando com você, ele não só te ouve, mas te escuta, ele colabora e compartilha com você", elogiou.

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Desafios, efeitos especiais e direção de arte

Produções que contam com muitos efeitos visuais exigem uma dedicação redobrada dos atores, que acabam interagindo com fundos verdes, objetos e até pessoas que não existem naquele momento de gravação. Com isso, o resultado também acaba sendo visto pelo elenco apenas com o lançamento da produção. Demián Bichir disse ter ficado bastante impressionado com o produto final e que o filme tem toda a sua beleza peculiar.

Porém, o ator contou que interagir com coisas inexistentes em O Céu da Meia-Noite não foi o maior desafio de sua carreira, contando sobre a sua participação no filme Godzilla vs Kong, que estreia em 2021, quando contracenou com os monstros gigantes que existiam apenas em sua imaginação. "Uma das coisas que eu adoro sobre as nossas gravações é que a produção foi realmente incrível, o que tornou o trabalho muito mais fácil. Houve vários momentos em que nós de fato vimos o que os personagens iriam ver em uma grande tela. Não era simplesmente uma tela verde, realmente vimos o planeta e o que ele se tornou, e foi bastante emocionante gravar essa parte", completa Bichir.

Oyelowo também falou sobre a grandiosidade do cenário e seus elementos. “Nós raramente interagimos com objetos puramente artificiais. É a primeira vez que vejo um filme com uma estação espacial de três andares literalmente construídos um em cima do outro. É um espaço muito interativo. Você podia andar pelo cenário e sentir que tudo ali é de verdade, tudo existe”, conta o ator.

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Parte das gravações do filme foram feitas na Islândia e parte em Londres, no Shepperton Studios. Para o diretor de fotografia, Martin Ruhe, esse contraste foi bastante interessante. "O contraste é interessante porque as cenas são filmadas de modo bem diferente. Os cenários do convés e dos módulos da tripulação exigiram uma nova abordagem. Você move a câmera naquele espaço, mas quer sentir as limitações dele. Não gosto de paredes muito brilhantes, gosto de sentir a claustrofobia", explicou o profissional.

Tiffany Boone, que no filme é a personagem Maya Peters, também gosta dessa sensação e disse que a equipe foi sortuda com tudo o que foi criado para eles. "Eles fizeram um trabalho incrível para garantir que os atores criassem coisas diferentes em suas cabeças e vissem isso ganhando forma", conta. Caoilinn Springall, que interpreta a garotinha Iris, disse que a temática espacial sempre chamou sua atenção e que ela ficou bastante impressionada ao ver o resultado do filme e os efeitos visuais no espaço. "Os asteroides vindo em direção à estação espacial, eu amei", disse a atriz de apenas sete anos.

E já que estamos falando sobre ela, Caoilinn Springal enfrentou um grande desafio em sua carreira: a personagem não fala. Por isso, ela precisou caprichar em suas expressões faciais e trejeitos. A pequena atriz contou que realmente foi um grande desafio ter que usar apenas as suas emoções para atuar, mas, no fim, tudo deu certo. Os atores chegaram a elogiar a performance da garota, principalmente porque todas as cenas dela com Clooney foram finalizadas em apenas uma tomada, sem precisar de refação.

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Grande parte do mérito do sucesso das gravações, mais uma vez, é dado a George Clooney, O ator pôde levar ao novo longa toda a sua experiência como ator em outras produções como Gravidade e Solaris, que também priorizavam a questão humana sobre os equipamentos. "Para George, é fundamental sempre poder dialogar com os atores em vez de ficar preso a questões técnicas. Ele prefere deixar tudo bem orgânico", elogiou Ruhe.

A intenção de Clooney com O Céu da Meia-Noite foi criar um filme ao estilo de Capricórnio Um, produção de 1977 que tem como tema a conspiração sobre o pouso em Marte, misturando os estilos de Robert Altman e Stanley Kubrick. "O objetivo era dar certa crudeza, uma sensação de profundidade e sombras. Parte do nosso trabalho foi fazer deste um filme mais noir do que outra coisa. Isso era importante para nós", explicou o diretor.

Também participou do filme o diretor de arte Jim Bissell, que trabalha junto a Clooney desde 2002, quando o ator fez a sua primeira estreia na direção. Bissell, por sua vez, também conta com um currículo de dar inveja, fazendo nada menos que o clássico filme E.T. — O Extraterrestre, além de Aliens, O Resgate e O Vingador do Futuro. "Para mim, a ciência foi o mais interessante; a ciência de manter a sanidade dos astronautas. Uma nave espacial que pudesse levar pessoas até as luas de Júpiter, ou além, não precisaria de supervisão constante. Afinal de contas, muitas naves sem tripulação já fizeram essas viagens. Os astronautas estariam ocupados com pesquisas científicas e o monitoramento do ambiente”, disse Bissell.

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Naves e trajes espaciais

A criação das naves foi inspirada em designs reais da NASA, mas não se restringindo somente a eles — afinal, o filme se passa no futuro. Então, a nave chamada Aether ganhou uma estrutura esguia e um interior que passa tranquilidade aos tripulantes, para que eles sintam como se estivessem em casa. Já os trajes espaciais também foram inspirados na agência espacial norte-americana, mas com mais liberdade criativa para ousar no design.

A figurinista Jenny Eagan disse que, no futuro, os trajes espaciais poderão ser menores e mais leves. Então, a profissional pesquisou os que já existem para entender suas funcionalidades e depois estudar os avanços tecnológicos que poderão vir nessa área. "Neste projeto específico, foi interessante ir um pouco além da realidade para que fossem esteticamente bonitos, mas, ao mesmo tempo, criativos e funcionais", contou Eagan.

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Desafios

Em O Céu da Meia-Noite, a personagem de Felicity Jones, Sully, aparece grávida e com a barriga aparente. Diferente do que se imaginava, ela estava grávida de verdade. Em apenas três semanas de gravações, que começaram apenas com as cenas entre Iris e Augustine, gravadas no frio da Islândia, George Clooney disse ter recebido uma ligação de Felicity, que revelou ao colega de elenco e chefe que estava grávida.

A primeira reação foi de parabenizar a atriz e dizer estar realmente feliz pela notícia, e que as felicitações foram seguidas por uma longa pausa e pela pergunta: e então, o que você quer fazer? A atriz aceitou seguir com a sua participação no filme e Clooney estava disposto a fazer de tudo para que ela conseguisse cumprir com seu trabalho. Por isso, Jones disse que sua conexão com a personagem ficou ainda maior: "De certa forma, a ideia de uma nova vida dentro de mim deu mais urgência à minha interpretação. Estar fazendo uma história sobre o fim do mundo ficou bem mais profundo".

Ainda assim, a atriz disse pensou em usar uma dublê de corpo e substituir seu rosto, ou até usar ângulos e enquadramentos que disfarçassem sua barriga em cenas que envolviam esforço físico. Porém, Clooney achou interessante fazer uma mudança mais profunda na personagem e decidiu deixá-la grávida. "Afinal de contas, era uma viagem espacial de dois anos. Essas coisas acontecem. Já houve casos assim na realidade. Reconhecendo isso desde o início, poderíamos incluir a gravidez na história e deixar o filme ainda mais emocionante", contou o ator e diretor.

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O roteirista da trama, Mark L. Smith, afirmou que a ideia de Clooney abriu caminhos em termos de relacionamento que não haviam sido pensados antes: "No livro, Sully era mais solitária, até um pouco fria. Com a gravidez da Felicity, tivemos a oportunidade de ir mais fundo e mudar a dinâmica, e os atores fizeram isso muito bem. Acabou sendo uma vantagem". Com a gravidez da atriz e, consequentemente, da personagem, foi adicionado um motivo a mais para lutar pela vida naquele cenário pós-apocalíptico.

Com a gravidez aceita pela produção, chegou a hora de pensar em termos de esforço físico. A atriz, obviamente, não poderia ser pendurada por cabos na hora de fazer a caminhada especial, então a solução da cenografia foi criar uma haste com um banco de apoio para que ela fosse erguida e flutuasse. "Definitivamente foi uma experiência e tanto lidar com trajes espaciais e fingir que estava em gravidade zero. Logo no início das filmagens, eu tive de subir uma escada até o andar mais alto da espaçonave. Foi tudo cuidadosamente planejado com a equipe de dublês e muito divertido de fazer", contou a atriz.

Realidade virtual

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O longa também se apega à realidade virtual, sendo uma tecnologia existente dentro da nave. Em algumas cenas, vemos a personagem Maya simulando a entrada da sua casa, junto sua irmã, gato e melhor amiga, enquanto Mitchell escolhe ter um café da manhã com a esposa e os filhos. Bissell disse que a ideia com a realidade virtual foi dar um "chão" aos astronautas, fazendo com que não perdessem a conexão com a Terra. "O que faz você se sentir conectado, com os pés no chão? E cada astronauta escolhe uma ou duas cenas, que são filmadas para criar uma experiência de realidade virtual", explicou.

Clooney disse que mesmo se tratando de uma imagem que está sempre repetida, é possível manter um pouco da sanidade, comparando essas cenas com o momento atual da pandemia. "Estamos todos em quarentena agora, bebendo virtualmente com os amigos e jantando na frente da TV para ter uma sensação de lar, de realidade, de encontros. O Céu da Meia-Noite não está longe disso", completou.

O Céu da Meia-Noite estreia na Netflix no dia 23 de dezembro.