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Netflix afirma que pretende compartilhar mais dados sobre suas séries e filmes

Por| 26 de Fevereiro de 2020 às 16h55

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Uma das maiores críticas que tanto produtores audiovisuais e a imprensa fazem sobre a Netflix é o fato do serviço de streaming esconder as métricas de seus programas, o que torna praticamente impossível saber exatamente o quanto cada série ou filme produzido para o catálogo do streaming é um sucesso ou fracasso. Mas, pela primeira vez, a empresa avisou que está pronta para “abrir o jogo” sobre esses números.

Durante um painel de discussões que ocorreu no Festival de Cinema de Berlim nesta quarta-feira (26), a empresa afirmou que já está se preparando para compartilhar com os produtores que atuam junto à plataforma mais informações sobre a performance de suas séries e filmes.

Participaram deste painel Jantse Friese (produtora da série Dark), Laura Buffoni (produtora da série Luna Nera), Meta Sørensen (produtora da série Ragnarok), Fatima Varhos (produtora da série Areia Movediça) e Anna Winger (produtora da série Unorthodox), além de Rachel Eggebeen, diretora de produções originais internacionais da Netflix. Um dos principais assuntos discutidos foi como a empresa não tem compartilhado as métricas de performance das produções em seu catálogo nem mesmo com os próprios criadores desses conteúdos.

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Friese comentou que o lançamento de Dark foi horrível, porque a Netflix simplesmente não repassava nenhuma informação sobre como a série estava se saindo, e ela só conseguiu dormir tranquila quando as pessoas começaram a comentar sobre a série nas redes sociais — pois até então, ela não sabia nem se a série havia sido encontrada pelo nicho de público que poderia se interessar por ela, o que dificultou o processo de já se preparar para a produção de uma segunda temporada.

Em resposta a essa reclamação, Eggebeen afirmou que a empresa está mudando a sua estratégia, e está aos poucos compartilhando cada vez mais de suas métricas com os produtores. Essa tendência deverá continuar pelos próximos anos. E ela lembra que o primeiro passo para aumentar a visibilidade do que faz sucesso ou não no streaming aconteceu esta semana, quando a Netflix introduziu na página de navegação uma lista de quais são as 10 séries e filmes mais vistas no país em que o usuário está — lista essa que será atualizada diariamente.

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Também foi discutida no painel a importância de se desenvolver uma programação diversa, algo que a Netflix considera como prioridade, e sobre o “choque de culturas” existente entre as produções americanas e europeias, que faz com que muitas vezes a Netflix precise mudar a forma de atuar e se adequar às necessidades locais.

Um exemplo desse choque foi citado por Friese, que conta que, durante as negociações para a produção de Dark, a Netflix concordou em incluir duas semanas de pausa nas gravações para que os membros da produção pudessem retornar para suas famílias. Friese reclama que, na indústria do entretenimento, os grandes estúdios normalmente não estão nem aí se você possui filhos, e que a Netflix foi a única produtora com a qual ela trabalhou que escutou as preocupações dela sobre deixar as pessoas alocadas em regiões distantes de onde elas moram por longos períodos de tempo.

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Além disso, a empresa também deixou claro que a recente expansão dela para mercados e produções locais é apenas a “ponta do iceberg”, e que a Netflix pretende continuar expandindo para um número cada vez maior de países, permitindo que mais pessoas possam contar suas histórias — o que é uma ótima notícia para quem trabalha neste meio.

Fonte: Deadline