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5 motivos para assistir Os Eleitos, nova série espacial do Disney+

Por| 05 de Fevereiro de 2021 às 11h41

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National Geographic/Disney+
National Geographic/Disney+

Os Eleitos (The Right Stuff) estreia no Disney+ nesta sexta-feira (5) — e o Canaltech conferiu os primeiros episódios antecipadamente para contar a vocês por que vale a pena assistir o seriado. Em oito episódios, que serão liberados semanalmente às sextas, a série retrata os primórdios da NASA, quando a então recém-criada agência espacial dos Estados Unidos "corria contra o tempo" para lançar seus primeiros astronautas ao espaço, em meio à Guerra Fria com a União Soviética.

O foco aqui é a criação do Projeto Mercury e a seleção dos "Mercury Seven" — apelido dado aos sete primeiros astronautas selecionados pela agência para a fase tripulada do programa. A ideia era que os EUA conseguissem enviar o primeiro Homem ao espaço antes dos rivais soviéticos; por isso, a NASA iniciou o projeto no final dos anos 1950, quando os oponentes de Corrida Espacial ainda não haviam ganhado essa disputa, fazendo com que Yuri Gagarin entrasse nas páginas da história como o primeiro ser humano a ser enviado para fora da Terra.

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Atenção! A partir daqui, esta matéria contém spoilers.

Primeiras impressões de Os Eleitos

A história começa em 5 maio de 1961, já mostrando os momentos antes do "grand finale" do lançamento e indicando o que está por vir nos episódios seguintes. As cenas intercalam imagens de instalações da NASA com imagens mostrando toda a nação norte-americana, "vidrada" na frente da TV para acompanhar, ao vivo, aquele momento histórico.

Nos primeiros minutos, também vemos dois militares em um treinamento físico e numa interação que gera estranheza num café da manhã — militares que, depois, descobrimos ser John Glenn e Alan Shepard, protagonistas que competem entre si para ver quem seria o primeiro homem a ir ao espaço, numa dinâmica digna do termo "frenemies" (traduzido como "animigo", em português, simboliza uma relação simultânea de amizade e inimizade).

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Abaixo, você pode dar uma espiadinha nos minutos iniciais do primeiro episódio de Os Eleitos:

Eis que, antes de descobrirmos o que acontece, a trama volta em dois anos, para, aí sim, retratar os acontecimentos que antecedem aquele grande momento antecipado no início do episódio. Ou seja: Os Eleitos já prende nossa atenção desde o começo.

Nesse "flashback", a série começa a mostrar a rivalidade nítida entre os dois principais astronautas, desde a época em que eles ainda não haviam sido selecionados para serem os primeiros astronautas dos EUA, até o processo de seleção dos mais de 100 candidatos para o projeto, envolvendo, claro, Glenn e Shepard.

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Entrevistas, testes físicos, análises, provas teóricas, treinamentos exaustivos… o grupo passa por tudo isso enquanto a NASA passa um "pente fino" nos candidatos para reduzir o número até chegar ao total de sete — mostrando que se tornar um astronauta não é mesmo para qualquer um, muito menos lá atrás, quando tudo isso ainda era uma novidade, abrindo as portas para um mundo até então inédito e inexplorado.

Também vemos um pouco dos bastidores de como o programa precisou ser acelerado para realizar, em poucos anos, algo que levaria décadas num cronograma "normal". Tudo na tentativa de que os soviéticos não ganhassem a batalha.

Momento poético acontece mais para o final, quando Gleen, admirando uma pintura do universo cheio de estrelas, lembra da comparação famosa entre a quantidade de estrelas na galáxia e a quantidade de grãos de areia em uma praia. Nesse momento, ele reflete sobre como é "doido" ter nascido em um país e em uma época em que a humanidade finalmente começa a ser capaz de explorar o que existe além da Terra. Isso mostra como o astronauta enxerga sua missão de se tornar, talvez, o primeiro humano a ser enviado ao espaço — sem demonstrar a mesma ambição ególatra de alguns de seus colegas, que focaram mais no fato de se tornarem famosos e entrarem para os livros de história com tal feito.

O final do primeiro episódio emociona com o anúncio oficial do governo, em que os nomes dos sete selecionados para o projeto Mercury são anunciados. Enfim, o país conheceu os Mercury Seven, um marco não apenas na história dos EUA, como de todo o mundo, para toda a humanidade e para as páginas da História. Enfim, o ser humano deixaria de apenas sonhar em viajar ao espaço, já que esse antigo sonho agora se tornaria realidade — ou ao menos daria os primeiros passos concretos para isso.

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Motivos para assistir Os Eleitos

5. Trama envolvente e verossimilhança

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Trama que não só capta como segura a atenção do espectador desde os primeiros minutos, atores convincentes, produção que satisfaz nos mínimos detalhes e verossimilhança com a realidade são alguns dos primeiros pontos positivos que podemos pensar ao assistir aos primeiros episódios de Os Eleitos.

O primeiro episódio também planta sementes de interesse sobre a vida pessoal dos personagens, suas famílias e seus conflitos, bem como suas vitórias. Alguns deles, como Gordon Cooper, por exemplo, enfrentam rupturas no núcleo familiar, sendo que essas rupturas poderiam significar o fim do sonho de se tornar astronauta. E, enquanto Glenn é o "certinho" da turma, Shepard nitidamente não é um marido fiel e não gosta que invadam sua privacidade. Tudo isso gera interesse em conhecer melhor a vida e o perfil de cada um dos Mercury Seven, pois traçar um perfil inicial de suas personalidades já dá a dica sobre conflitos que estão por vir nos episódios seguintes.

Tudo isso, claro, considerando que se trata de uma série de entretenimento e não exatamente de uma série documental, biográfica, necessariamente fiel à história real. Liberdades artísticas fazem parte deste tipo de produção — o que não necessariamente a deixa menos interessante.

4. Paralelos com a história real da NASA

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Por retratar os primórdios da NASA no que diz respeito aos primeiros astronautas dos EUA, Os Eleitos traça muitos paralelos com a história real da agência — e isso é importante por acender o interesse no público sobre assuntos espaciais.

A série revive a importância dos Mercury Seven, pioneiros na atividade espacial, que hoje pode ser encarada como "carne de vaca" — afinal, há várias décadas humanos são enviados ao espaço, na maioria das vezes retornando à Terra em segurança.

Os sete astronautas do projeto Mercury foram: Scott Carpenter, Gordon Cooper, John Glenn, Gus Grissom, Walter Schirra, Alan Shepard e Donald Slayton, selecionados entre 508 pilotos avaliados inicialmente e 110 que se encaixaram nos requisitos mínimos da NASA na época.

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Grissom faleceu em 1967 no trágico acidente da Apollo 1, que causou a morte dos três astronautas que realizavam testes dentro da nave que pegou fogo. Já Glenn, além de ter sido o primeiro norte-americano a orbitar a Terra em 1962, tornou-se a pessoa mais velha a ir ao espaço em 1998, aos 77 anos. Shepard, além de ter sido o primeiro norte-americano no espaço em 1961, também pisou na Lua em 1971 com a Apollo 14. Carpenter voou apenas no projeto Mercury, sendo depois desqualificado do projeto por causa de problemas em seu braço. Slayton, por sua vez, só viajou ao espaço em 1975 na Apollo-Soyuz (missão conjunta com os já antigos rivais soviéticos), enquanto Cooper acabou voando de novo no projeto Gemini, iniciado após o Mercury. Já Schirra foi o único entre os sete a voar tanto no programa Mercury, quanto no Gemini e no Apollo.

3. Instiga reflexões sobre rivalidade

A história, por si só, já se passa em meio a uma rivalidade entre nações: a Corrida Espacial, em plena Guerra Fria entre EUA e a então URSS. Mas a trama traz reflexões sobre rivalidade muito além desse pano de fundo, justamente focando na rivalidade entre os personagens principais. Afinal, uma corrida interna também estava acontecendo: a corrida para ver quem seria o primeiro norte-americano a ir para o espaço, rendendo fama internacional.

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Rapidamente, fica nítida a diferença entre os perfis de Glenn e Shepard, em especial: o primeiro representa o ideal americano, sério, responsável, protocolar e com família de "comercial de margarina"; o segundo se mostra controverso, com atitudes inconsequentes e rebeldes — mesmo que ambos sejam considerados os melhores pilotos de teste de sua época, cada um à sua maneira.

Sendo assim, acompanhar o desenrolar dessa história permite colocar na balança os prós e contras de ambientes em que a rivalidade é a palavra de ordem, incluindo o que isso pode produzir de positivo e também de prejudicial.

2. Pensando no papel da mídia em meio a inovações

O primeiro episódio já dá indícios de que a imprensa terá um papel muito importante nessa história toda, e nos deixa com a pulga atrás da orelha sobre o papel da mídia e sua responsabilidade em meio a acontecimentos que podem mudar o mundo — para melhor ou para pior, a depender do enfoque e do poder de distorção dos fatos que a imprensa adota na ocasião.

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1. Gera interesse no programa espacial atual

Após uma imersão nos primeiros anos do programa espacial da NASA, certamente a série acabará instigando o espectador a pensar no que a agência espacial está fazendo agora, 60 anos depois.

Assim como os momentos históricos que levaram os primeiros norte-americanos ao espaço, a agência espacial também vem trabalhando, hoje em dia, em programas que entrarão para a história — tal qual o Artemis, que levará novos astronautas à Lua a partir de 2024; desta vez, para ficar. Além de prever uma presença contínua e sustentável em nosso satélite natural, a NASA também levará a primeira mulher à Lua (finalmente!).

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Fora isso, ainda há novas espaçonaves, novos foguetes e novos planos ambiciosos de explorar o espaço ainda mais além, o que inclui a chegada da humanidade a Marte — algo que pode começar a acontecer na década de 2030.

Claro que a série não aborda nada disso; afinal, seu foco é nos primeiros anos do primeiro programa espacial tripulado dos EUA. Mas, ainda assim, alimenta o fascínio popular pela exploração espacial — por tudo o que a humanidade já conquistou, bem como tudo o que ainda está por vir, a ser escrito nas próximas páginas dessa história.