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5 filmes de chorar de rir para assistir no streaming do Telecine

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Injustiçada desde os tempos de Aristóteles, a comédia é considerada por muitos como uma arte menor, mas não no Canaltech. Cinema é cinema, e essa tautologia quer dizer que não importa o filme, todos têm o direito de serem admirados por seus espectadores enquanto pudermos pensar em uma democracia artística.

Ver a comédia como um gênero menor é desprezar o excelente trabalho de improviso dos atores, uma vez que os roteiros do gênero tendem a dar muita liberdade para os intérpretes: a comédia só funciona quando é fluida e genuinamente natural. Quando forçada, a artificialidade é detectada pelo espectador e, se não for abraçada como uma característica do filme, a obra corre o risco de perder a graça.

A lista abaixo traz grandes títulos do gênero que podem ser encontrados no catálogo do Telecine e que trazem abordagens diferentes do cômico: o humor sarcástico e incisivo de Sacha Baron Cohen, a comédia família e icônica dos Caça-Fantasmas, o humor sóbrio dos Coen, a hilaridade cult de John Cleese e a comicidade esteticamente perfeita dos personagens caricatos de Wes Anderson.

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5. O Ditador

Seis anos após o sucesso estrondoso de Borat: O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País Cazaquistão Viaja à América (2006), Sacha Baron Cohen voltou a se reunir com o diretor Larry Charles, com quem também fez Brüno (2009), para realizar um filme quase tão ácido quando Borat, mas politicamente perigoso se lembrarmos da tensão existente entre EUA e países que têm petróleo em seu território, o que serve de mote central para o filme de Cohen e Charles.

O humor de Cohen passa pelo exagero de situações reais bizarras, em que um líder despótico vê o povo apenas como massa de manobra. Assim como em Borat, o conflito cultural é gerado por momentos nos quais Cohen trata com naturalidade atitudes e situações que são consideradas absurdas ou completamente reprimíveis nos EUA, mas que em outros lugares talvez sejam normais (ou nem tanto). A ideia é chocar com o contraste de culturas, enquanto critica os líderes políticos fascistas de além-mar, expondo não só os absurdos de um ditador, mas também do cidadão médio americano repleto de preconceitos. O escritor e roteirista Marc Blake chega a identificar os filmes de Sacha Baron Cohen como “importantes reguladores da sociedade e suas loucuras”, dado o poder de impacto que esses títulos têm sobre seus espectadores.

4. Os Caça-Fantasmas

A comédia de ação e aventura tem sua origem nos pupilos do Saturday Night Live nos anos 1980 e arrisca uma mistura difícil de ser realizada. Os Caça-Fantasmas tem como diretor Ivan Reitman, que ajudou a remodelar a comédia, construindo o que hoje conhecemos de forma mais genérica como comédia dos anos 1980, geralmente estreladas por atores que viriam a se tornar grandes ícones do gênero, como Bill Murray.

O roteiro é de Dan Aykroyd e Harold Ramis, que, com Murray e Ernie Hudson formam o quarteto central de caçadores de fantasmas. Outra característica dificílima que Os Caça-Fantasmas tem é justamente o apelo universal: o filme é cômico para praticamente todas as idades, gêneros, classes e, tantos anos após a sua estreia, permanece cômico, portanto não é datado. Não é a toa que o filme consegue manter um fandom até hoje, ganhando inclusive uma versão com protagonistas femininas, Caça-Fantasmas (2016), pelas mãos de Paul Feig.

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3. Matadores de Velhinha

Com direção e roteiro dos irmãos Ethan e Joel Coen, Matadores de Velhinha é uma comédia mais sombria e, embora remeta à subgêneros específicos, carrega um cinismo que é comum a todas as comédias dos Coen, como Fargo: Uma Comédia de Erros (1996), O Grande Lebowski (1998), E Aí, Meu Irmão, Cadê Você? (2000) e Queime Depois de Ler (2008).

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Os Coen conseguem fazer uma comédia leve e sem peso na consciência com temas que são moralmente complicados, ou seja, com crimes, e colocam as normas sociais em questão com personagens moralmente condenáveis que passam a ser queridos dos expectadores. Matadores de Velhinha consegue isso inclusive com a escolha de elenco, que inclui Tom Hanks, Marlon Wayans e J.K. Simmons, que interpretam personagens caricatos e absurdos que funcionam perfeitamente dentro do universo do filme.

2. Um Peixe Chamado Wanda

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Um Peixe Chamado Wanda é fruto do mesmo movimento humorístico que fez surgir Os Caça-Fantasmas e foi a base para comédias como as dos Coen. O roteiro de John Cleese traz muito do humor satírico inglês do Monty Python, lembrando que ele roteirizou clássicos do grupo como Monty Python em Busca do Cálice Sagrado (1975) e A Vida de Brian (1979).

John Cleese, Jamie Lee Curtis, Kevin Kline e Michael Palin são as grandes fontes do humor, seja pelas situações em que se encontram, seja pela atuação excepcional de todos eles, que fazem do absurdo plausível no universo proposto pelo filme. Aqui cabe, inclusive, uma curiosidade: quando vi o filme pela primeira vez e resolvi ler sobre ele, descobri que é possível morrer de tanto rir. Em 1989, um audiologista dinamarquês chamado Ole Bentzen morreu de ataque cardíaco durante uma sessão de Um Peixe Chamado Wanda. De tanto rir, seus batimentos cardíacos ficaram tão elevados que levaram o espectador ao óbito.

1. O Grande Hotel Budapeste

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Assim como os Coen, Wes Anderson tem seu próprio jeito de fazer farsa, um dos subgêneros da comédia que permite exageros, caricaturas e comédia física. A direção de Wes Anderson, sempre perfeitamente simétrica, potencializa o trabalho dos atores e não somente a situação se torna cômica, mas o quadro como um todo, como se até mesmo os objetos e as cores pudessem ser cômicos. E são.

Como em uma farsa tradicional, bem e mal costumam estar claramente estabelecidos, mesmo que haja um mistério a ser resolvido e vilões a serem revelados. Nas mãos de Anderson, os heróis são estranhamente cativantes e os vilões ridiculamente malignos, deixando claras as questões morais através de um humor empregado com precisão cirúrgica por um elenco com tantas estrelas que, se eu me dispusesse a colar aqui todos os nomes, tornaria a leitura enfadonha.