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Crítica | Sweet Home atinge outro nível de apocalipse com humanos-monstros

Por| 03 de Janeiro de 2021 às 14h30

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix
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A Netflix não poderia encerrar o ano de 2020 sem trazer para o seu catálogo mais uma série sobre desastres. Dessa vez, nada de pandemia, vírus ou zumbis, mas sim um nível de apocalipse que trouxe a transformação de humanos em monstros praticamente invencíveis e uma promessa inexistente de recuperação do mundo normal.

Na série Sweet Home, que desde a sua estreia conquistou o seu espaço na lista entre as séries mais assistidas no Brasil, acompanhamos um desastre apocalíptico que vem transformando as pessoas em monstros. O foco da produção sul-coreana, adaptada de uma webtoon — histórias publicadas online — de mesmo nome de Kim Carnby e Hwang Young-chan, é nos moradores de um condomínio com pessoas e problemas diferentes, mas cada um com a sua perturbação que irá influenciar em seus destinos.

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Atenção: esta crítica contém spoilers da série Sweet Home!

Logo no começo, a série mostra que trará assuntos pesados para a tela da Netflix. Envolvendo questões familiares e passados que não trazem orgulho, os personagens possuem suas perturbações, autodepreciações e também tendências autodestrutivas, chegando até mesmo ao suicídio planejado. A situação se torna ainda mais intensa quando descobrimos que existe algo de estranho acontecendo fora daquele condomínio, que vai muito além de um simples apocalipse zumbi.

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Na história de Sweet Home, as pessoas são transformadas em monstros e não se trata de uma condição psicológica, mas sim algo que atua como uma maldição. Enquanto alguns se transformam em monstros asquerosos e perigosos, outros conseguem controlar o monstro que está querendo surgir de dentro deles para preservar a consciência humana e tentar se salvar desse problema, ou ao menos tentar manter vivo aqueles que ainda são humanos. Mesmo diferentes, cada morador sobrevivente acaba adquirindo um mínimo de empatia um pelo outro, usando o senso de justiça como um senso de também sobrevivência.

Se falamos em monstros, falamos de efeitos especiais. Não há como negar que todos os monstros são muito bem feitos, sejam eles gosmentos, cabeludos, com características dos alienígenas da saga de filmes Alien, gigantes, entre outros detalhes bastante nojentos, é de se admirar o talento daqueles que conseguiram montar esses personagens com tantas técnicas. Porém, eles acabam não se encaixando muito bem nas cenas da realidade, sendo fantasiosos até demais, o que acaba trazendo características trash para a produção e passando um pouco menos de credibilidade.

Os efeitos especiais se completam com a já conhecida atuação dramática de produções coreanas, que surpreendem desde os primeiros momentos da transformação, quando muito (muito mesmo) sangue começa a ser derramado do nariz dos atores, indicando que eles estão a pouco tempo de se tornarem monstros. É preciso um pouco de estômago forte, mesmo se tratando de sangue falso, obviamente, mas é um tanto quanto agoniante ver essa alta quantidade de líquido vermelho sendo escorrendo do nariz dos personagens, como se realmente tivessem aberto uma torneira, e ver o desespero da situação.

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Um ponto que chama bastante a atenção da nova série coreana da Netflix é a presença feminina, que acaba roubando a atenção dos próprios protagonistas. Desde mulheres que não se abatem pelas adversidades, como Lee Eun-yoo (Go Min-si), até a soldado Lee Si-Young (Seo Yi Kyung), que não se deixa abalar em nenhum momento e não desiste de cumprir a sua missão. Falando em protagonismo, a trama não escolheu apenas uma pessoa para conquistar esse papel, como Cha Hyun-soo (Song Kang) ou Pyeon Sang-wook (Lee Jin-wook), cada um tem seus papéis cruciais para o desenvolvimento da história da forma que foi.

Em meio aos personagens e seus problemas, vemos que a transformação em monstros surge como uma fantasia baseada em suas próprias personalidades e os "monstros" que carregam dentro de si mesmos, que são personificados em seus próprios corpos como uma forma dessa maldição. Isso tudo nos traz muitas reviravoltas, seja nas situações e nas descobertas que vão aparecendo com o tempo, ou em como os personagens são sendo desenvolvidos e revelados.

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Sweet Home, no entanto, é uma série longa e pode ser um tanto quanto maçante de assistir, mesclando momentos de terror, fantasia e muita emoção, com alguns diálogos parados e interpretações de sofrimento forçadas e dolorosamente lentas. Isso pode fazer com que o espectador desista de continuar assistindo e perca os momentos mais importantes e que mais entretém, que acontecem mais para o final da série. Se você chegou até aqui em dúvida se deve terminar a trama ou não, a dica é: continue.

Ainda não ficou tudo tão claro em relação ao que está acontecendo, a motivação exata das transformações, mesmo que seja algo já de conhecimento das autoridades há algum tempo, se existe uma forma de reverter os problemas ou se haverá salvação para os sobreviventes, deixando questões abertas para uma segunda temporada.

A primeira temporada de Sweet Home está disponível na Netflix em 10 episódios.