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Crítica | Silêncio na Floresta leva à Netflix um novo mistério para solucionar

Por| 27 de Junho de 2020 às 17h17

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Divulgação: Netflix
Divulgação: Netflix
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Recentemente, a Netflix incluiu em seu catálogo uma nova série de suspense chamada Silêncio na Floresta. A trama de origem polonesa chega com um mistério que é decifrado em seis episódios: quem teria assassinado adolescentes em um acampamento de verão e o que realmente aconteceu com eles?

A série, que originalmente se chama The Woods, é baseada em um livro de Harlan Coben de 2007. O foco da produção é no promotor de justiça Pawel Kopinski, interpretado por Grzegorz Damiecki, e no caso que ocorreu 25 anos atrás e agora volta como uma bomba vida dele. Como se isso não fosse suficiente, ele ainda precisa lidar com problemas de sua carreira.

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Atenção: esta crítica contém spoiler!

Tudo começa em um acampamento de verão, com Pawel e seus "amigos" curtindo bons momentos da adolescência em um local isolado. Lá, existem os populares e os mais reservados, com todo aquele drama que toma conta de pessoas dessa idade. Porém, a situação muda e foge do controle quando quatro jovens acabam se envolvendo em um acontecimento misterioso, no qual dois deles são assassinados e outros dois acabaram desaparecendo.

Os acontecimentos na floresta antes, durante e depois da tragédia são intercalados com a atualidade, com o protagonista já adulto e seus novos problemas. Não há uma distinção visual dos dois períodos de tempo, então até o momento de conhecer todos os personagens e saber quem eles são, diferenciar o passado do presente pode ser um pouco complicado.

Mais de duas décadas depois das mortes e dos desaparecimentos, nenhum envolvido ainda estava conformado com o que aconteceu, e a dúvida ganha mais intensidade quando o corpo de um homem de 40 e poucos anos é encontrado e imediatamente relacionado a Pawel. Em uma visita ao que seria o IML polonês, mesmo inicialmente sem teste de DNA, ele descobre que se trata de Artur Perkowski (Adam Wietrzynski), um dos desaparecidos.

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Enquanto o assassinato de Monika Sowik (Kinga Jasik) e Daniel Kotler (Jakub Gola) já contou com o principal suspeito preso desde aquela época, em 1994, o suspense se torna ainda mais intenso por dois motivos: Artur não foi morto naquela época e, consequentemente, a outra desaparecida, Kamila Kopinska (Martyna Byczkowsa), irmã de Pawel, também pode estar viva — ou ao menos ter sobrevivido naquela época.

Depois dos assassinatos na floresta, tudo vira uma grande bola de neve, e nos episódios finais descobrimos grande parte de tudo o que aconteceu. As reações, revolta e impulsos causados pela tragédia levaram os personagens a tomarem decisões extremas, que podem até ser adivinhadas no decorrer dos episódios devido às atitudes de cada um, principalmente pelos pais dos desaparecidos. Na época, quando o caso começou a ser investigado, os responsáveis pelo acampamento passaram por ataques antissemitas, uma questão bastante forte ainda na Polônia.

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Por fim, a revelação dessas atitudes gera duas grandes reviravoltas na série, que são os momentos de maior empolgação. Foi preciso encaixar muitas peças nesse quebra-cabeça para chegar à verdade. A primeira vem do fato de que os assassinatos foram parcialmente acidentais.

O de Monika envolveu o estrangulamento feito por Kamila, motivado por ciúme e traição, mas com a finalização do estranho Wojtek Malczak (Krzysztof Zarzecki), que cortou o pescoço da garota. Já a morte de Daniel foi cometida por Artur, achando que ele fosse Wojtek. Já a segunda surpresa é o envolvimento dos pais de Artur e Kamila no desaparecimento, que foi todo orquestrado para que eles não pagassem pelos crimes.

Até chegar nesses momentos, que são os mais esperados por quem opta por assistir a uma série de mistério, os acontecimentos da vida paralela de Pawel acabam não chamando muita atenção. Com uma filha e esposa vítima de uma doença terminal, ele se envolve com ilegalidades e finaliza a trama se redimindo de tudo o que fez, como se a descoberta do que realmente aconteceu na floresta tivesse tirado um grande peso de suas costas, fazendo com que agora deseje viver com a mente tranquila.

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A maneira como as pistas sobre o ocorrido são acrescentadas na estrutura do roteiro resultou em um bom encaixe no final, por mais que sejam episódios longos e maçantes. Cada peça-chave acrescentada como dica para o que aconteceu pode trazer uma solução diferente para o caso, dependendo da imaginação e da construção da linha do tempo de cada um que está assistindo.

Não há como negar que a Netflix entregou no catálogo um mistério envolvente, provando que existem boas produções internacionais além da América do Norte ou de países europeus de língua inglesa. Silêncio na Floresta conta com oito episódios e a temporada completa está disponível na Netflix.