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Crítica Rebelde | Série olha com carinho para as origens e oferece novidades

Por  • Editado por Jones Oliveira | 

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Quando Rebelde teve a nova geração anunciada pela Netflix, um pensamento reativo foi praticamente unânime pelo público: não precisava. A novela que fez sucesso com sua versão mexicana RBD marcou geração atrás de geração e até os dias atuais permanece sendo guardada com muito carinho pelos fãs que hoje têm seus vinte e poucos anos. Ao se mexer na memória afetiva das pessoas, a resistência pode ser um pouco demais, e é por isso que a releitura da Netflix com a novela latina foi recebida com tanta desconfiança, mas que de certa forma, superou qualquer expectativa.

O que vemos em Rebelde, da Netflix, é basicamente o que Gossip Girl deveria ser feito com seu reboot na HBO Max: olhar para suas origens sem tentar reinventar os mesmos personagens e histórias, e sim, homenagear o que já passou. Sob direção de Santiago Limón e Yibrán Asuad, a nova versão da telenovela (e história criada por Cris Morena e Pedro Damian), ganha novo vigor justamente por nadar em águas já exploradas, mas ainda assim oferecendo algo fresco e com ar de novidade.

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Muito do que é atrativo no novo Rebelde é a química que o elenco principal oferece em suas dinâmicas. Aqui conhecemos um grupo de alunos de alta classe social que completará a nova turma da Elite Way School, no México, anteriormente frequentada por Mia Colucci, Roberta Messi e os demais integrantes que formaram o icônico RBD.

Bem como Elite, o público sabe exatamente o que vai encontrar aqui: adolescentes ricos passando por questões da adolescência, porém usando roupas de grife e brigando com um pouco mais de classe. A novidade, contudo, é que a Netflix soube exatamente onde atualizar sua história, envolvendo mais diversidade em seus personagens, introduzindo questões mais maduras à história e oferecendo o famigerado fan service, com momentos em que todo e qualquer fã de RBD poderá se emocionar.

De certa forma, Rebelde não está preocupado em oferecer algo completamente inédito para sua audiência, justamente porque o objetivo não é esse. A série da Netflix deseja fisgar os fãs pelo coração, fazendo com que os batimentos cardíacos fiquem mais fortes ao ouvir os primeiros versos de Y soy Rebelde, mesmo que cantados em novas vozes. Mesclar todas essas sensações de puro saudosismo com novos rostinhos e uma história que possui sim, uma trama que gera interesse, acaba sendo uma fórmula simples, mas que alcança o sucesso do público-alvo certo.

Além do mais, a nova versão de Rebelde ainda é capaz de furar a bolha dos fãs de RBD. Isso porque, com uma história que não está 100% ligada à obra original e tampouco depende dos acontecimentos de 2004 para se desenvolver, acaba sendo atrativa pelo elenco, duração e pelo seu hype para atrair novos fãs. A série funciona muito bem para quem nunca nem ouviu falar do grupo formado por Diego, Mia, Miguel, Giovani, Lupita e Roberta, mas acaba também sendo uma experiência completamente diferente para quem está disposto a caçar seus easter eggs.

Música, diversidade e um pouco de suspense

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Apesar de tramas adolescentes terem uma enorme zona de conforto e compreensão de sobra do público para darem certo, é necessário bastante cuidado para não esbarrar num alto número de clichês. Apesar do romance, drama e momentos que fazem Rebelde conversar muito bem com essa audiência, a série consegue bem contornar os momentos em que cairia na mesmice e gera um interesse natural de assistir capítulo atrás de capítulo — o que para os maratonistas de plantão, é um prato cheio.

Embora não tão sombrio como Elite, essa nova geração de Rebelde traz seu suspense em boas doses e desenvolve-o bem o suficiente para o espectador querer mais e mais. Em paralelo, a história corre de forma fluida ainda deixando espaço para os roteiristas desenvolverem o arco de cada um dos seus personagens (até mesmo de seus antagonistas) e permitem que o público tome suas próprias conclusões sobre cada um.

Há dramas familiares, mistérios a serem resolvidos, questionamentos a serem esclarecidos, romance de sobra e, é claro, muita música: Rebelde não hesita em homenagear o RBD com releituras dos maiores clássicos do sexteto mexicano, ao mesmo tempo em que também oferece novas e exclusivas canções para o público conhecer.

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É claro que entre acertos há também momentos bobos, piadas fora do timing, escorregadas nas atuações e pontas soltas do roteiro, mas nada que seja capaz de atrapalhar a experiência do público de desfrutar algumas horas mergulhado no universo elitista e musical de Elite Way School. Rostinhos veteranos ainda surgem para dar um breve alô nos fãs antigos da telenovela, e a impressão que fica para o final é que as surpresas poderão vir fortes para a segunda temporada.

Rebelde está com a primeira temporada disponível na Netflix.