Crítica Ozark | Parte 1 da temporada 4 é complexa e deixa êxtase para o fim
Por Natalie Rosa • Editado por Jones Oliveira |
É hora de conferir o que vai acontecer com a família Byrde na temporada final de Ozark, que acaba de estrear na Netflix. A trama foi dividida em duas partes de sete episódios cada, e a primeira já mostra sinais de um fechamento desesperador.
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Com uma premissa semelhante à de Breaking Bad, mostrando que é muito difícil sair do mundo da criminalidade quando se envolve com a raiz dele, Ozark conquistou os assinantes da plataforma de streaming por nos apresentar a uma trama complexa e fora de controle.
Marty Byrde (Jason Bateman) acabou arrastando a família para os negócios ilícitos sempre com a intenção de sair desse universo, mas ao longo das temporadas acompanhamos um processo de adaptação a uma realidade desesperadora e sufocante, que parece não ter mais volta.
Atenção: esta crítica contém spoilers de Ozark!
Novo "protagonista"
Se a terceira temporada foi sobre Wendy Byrde assumindo o controle das operações criminosas e gostando disso, o começo da parte 4 traz destaque ao filho mais novo do casal, Jonah (Skylar Gaertner), querendo tomar as rédeas da própria vida.
O jovem de 14 anos mostra desconforto diante das decisões dos pais, e acaba tomando o outro lado nessa guerra e usando o seu conhecimento para fazer a própria lavagem de dinheiro. Essa "rebeldia" se torna interessante na temporada por ser conflitante com os interesses de Wendy, enquanto Marty está mais preocupado em tentar sair dessa situação.
A transição do protagonismo de Marty para Wendy, portanto, finalmente é concretizada nos primeiros episódios da parte final, com a matriarca mostrando gostar do poder e controlar a maior parte das decisões, sendo uma das reviravoltas mais empolgantes da série.
Drama e intensidade
A primeira parte da última temporada de Ozark foca muito mais no roteiro, com diálogos dramáticos sobre tudo o que está acontecendo com a negociação com Omar Navarro (Felix Solis), o chefe do cartel, e o FBI. Momentos de tensão e mais ação, portanto, são deixados para o final, em uma situação que já mostrava que seria o grande cliffhanger do episódio final. Ainda assim, não deixou de ser chocante.
Ozark exige que o espectador preste atenção redobrada nas conversas, algo que o elenco faz com primor pela naturalidade com que interpretam até os diálogos mais simples. Não há como, mais uma vez, não entregar boa parte dos méritos à Julia Garner, que interpreta a personagem Ruth. Em 2019, a atriz já foi reconhecida pelo seu talento na atuação da série com um Emmy.
Os primeiros episódios da última temporada de Ozark traçaram muito bem os rumos para um final que deve seguir o ritmo das cenas finais. É inevitável que mais personagens acabem sendo mortos e que o fechamento não seja dramático.
Ainda assim, mesmo com muitas tragédias já anunciadas, a trama mostra a cada temporada que não é preciso de grandes cenas de ação para representar o caos, mas sim entregar o descontrole com um bom roteiro, sintonia entre elenco e naturalidade das ações.
A primeira parte da quarta temporada de Ozark já está disponível na Netflix.